A medição feita pela Defesa Civil na área da mina da Braskem que se rompeu em Maceió deve ser concluída nesta quarta-feira (13), quando será possível dizer se o solo continua afundando no local. Este será o primeiro resultado do monitoramento pós-colapso, retomado após a instalação de um novo equipamento que substituiu o que foi perdido quando o terreno afundou.
O equipamento ficava à margem da lagoa Mundaú e era usado para medir com precisão a movimentação do terreno. O novo sensor começou a ser instalado na segunda-feira (11), dia seguinte ao colapso, mas só começou a coletar dados nesta terça (12). Para a análise da movimentação, é necessário coletar dados em um intervalo de 24 horas.
Foto tirada dois dias antes do rompimento de parte da mina 18 da Braskem, no Mutange, em Maceió, mostra equipamento, no detalhe em vermelho, que monitorava movimentação do solo — Foto: g1 AL
O último registro é de horas antes de a mina se romper, quando o dispositivo marcava velocidade de deslocamento de 0,52 cm/h e o solo já havia afundado 2,35 metros.
Impactos do colapso na lagoa Mundaú
Logo após o rompimento da mina, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) coletaram amostras de água para avaliar os impactos na lagoa. A equipe analisa a qualidade da água e se há riscos para os organismos vivos da lagoa Mundaú.
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IML) cobrou que a Braskem apresente um plano de reparação dos danos ao meio ambiente. Ao todo, são 13 solicitações, cada uma com um prazo diferente. A empresa informou que vai fazer o levantamento das informações necessárias e apresentá-los dentro dos prazos.
Parte da mina 18 da Braskem se rompe sob a lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió — Foto: Secom Alagoas
'Redemoinho' na lagoa e pesca proibida
Imagens desta terça (12) mostram que água da lagoa se movendo como se formasse uma bacia, uma espécie de redemoinho. De acordo com a Defesa Civil o fenômeno já era esperado e faz parte do processo de acomodação do solo, que ainda está em andamento.
"Era esperado e deve surgir ainda em outros momentos até que haja a estabilização. Agora temos que reforçar todas as recomendações que foram feitas pela Defesa Civil, dos pescadores não entrarem na área demarcada, as pessoas também não devem acessar a área restrita", afirmou Abelardo Nobre.
O trecho em um raio de 1 km na lagoa Mundaú próximo ao bairro do Mutange, onde está localizada a mina colapsada continua interditado para navegação e não há previsão para o fim da proibição. Pescadores e catadores de sururu estão proibidos de trabalhar na região.
G1/AL