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Hanseníase: marcas do preconceito é tema do Caminhos da Reportagem

Por Voz na Comunidade em 08/05/2022 às 21:59:27

A hansenĂ­ase é doença crônica e infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. Uma das 20 doenças tropicais negligenciadas, segundo classificação da Organização Mundial da SaĂșde (OMS), a hansenĂ­ase é tema do Caminhos da Reportagem. O programa vai ao ar neste domingo (8), às 22h, na TV Brasil.

O médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda explica que as doenças negligenciadas atingem a parcela mais pobre da população e, geralmente, se encontram no hemisfério Sul do planeta, onde a pobreza é determinante importante para essas doenças. Para elas, hĂĄ pouco tratamento disponĂ­vel e pouco interesse da indĂșstria farmacĂȘutica.

Segundo a médica infectologista Giovana Volpato Pazin Feuser, as principais caracterĂ­sticas da hansenĂ­ase são surgimento de lesões na pele, geralmente avermelhadas, e alteração de sensibilidade. A primeira sensibilidade que as pessoas costumam perder é a térmica, ou seja, deixam de sentir calor e frio no local, e por Ășltimo a sensibilidade tĂĄtil. Assim, a doença afeta a pele e os nervos periféricos, o que pode causar incapacidades e deformidades fĂ­sicas.

Uma das dificuldades enfrentadas pelas pessoas que vivem com hansenĂ­ase é justamente o preconceito e o estigma. A transmissão se dĂĄ apenas de uma pessoa doente, sem tratamento, para outra, após contato próximo e prolongado. A doença tem cura, e o tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de SaĂșde (SUS).

Durante muitos anos, as pessoas com hansenĂ­ase foram isoladas do convĂ­vio com a sociedade e levadas para viver em colônias. Criada na década de 40, a colônia Antônio Aleixo recebia pacientes de vĂĄrias partes do estado do Amazonas. O local chegou a abrigar 2 mil pessoas infectadas. Com o passar do tempo, a colônia foi se transformando em bairro, onde os familiares dos pacientes também passaram a viver.

A aposentada Teresinha Maia da Silva chegou à colônia ainda na adolescĂȘncia. JĂĄ são 50 anos vivendo no local. Ela chegou a buscar a famĂ­lia, mas não encontrou apoio. Pelo contrĂĄrio, conta que foi recebida com preconceito. "Procurei minha famĂ­lia, mas não me dei bem por causa da do preconceito. O meu próprio irmão, eu me sentei no banco, aĂ­ ele me deixou sentar, nós conversamos, quando terminou ele jogou ĂĄlcool e ainda limpou o banco. Era um preconceito horrĂ­vel", lembra.

Em alguns tipos de hansenĂ­ase, não hĂĄ o aparecimento de manchas pelo corpo. A doença pode atacar diretamente os nervos. Foi o que aconteceu com o militar reformado FĂĄbio Correia, que começou a apresentar os primeiros sintomas hĂĄ cinco anos. Ele estava perdendo a força nas pernas e sentia muita dor. Recebeu o diagnóstico correto em CuiabĂĄ e faz acompanhamento no Hospital UniversitĂĄrio JĂșlio MĂŒller, centro de referĂȘncia do SUS ligado à Universidade Federal de Mato Grosso. A famĂ­lia é a sua maior fonte de força no tratamento e para lidar com o preconceito. "A medicação mais importante que hĂĄ no tratamento é a famĂ­lia. E tem cura. Eu estou vencendo, todos também vão vencer com esse acompanhamento que estou tendo", disse FĂĄbio.

A equipe do Caminhos da Reportagem esteve em Mato Grosso e no Amazonas e vai contar histórias de quem vive com a doença e enfrenta preconceitos. Vai falar também dos desafios para o melhor cuidado dessas pessoas e os novos testes complementares para o diagnóstico da hansenĂ­ase, que estão sendo fornecidos pelo Ministério da SaĂșde.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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