Vitaminas, proteínas, carboidratos. A alimentação é tratada como um dos pontos importantes para a recuperação dos pacientes internados no Hospital de EmergĂȘncia do Agreste (HEA), em Arapiraca. Mas hĂĄ uma questão técnica que também faz parte deste processo que envolve os alimentos: como deve ser o procedimento para que o paciente, de fato, seja alimentado? Pensando nisso, as fonoaudiólogas do HEA estão treinando os demais servidores sobre as técnicas corretas de alimentar os pacientes, evitando a ingestão da comida.
Os treinamentos realizados pelas fonoaudiólogas Ianna Castro e Larissa Oliveira também contam com o apoio do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do hospital. Elas explicam todas as fases da alimentação, fisiologia da deglutição e coordenação respiratória.
"Estamos fazendo estes treinamentos para alertar os profissionais da saúde a respeito das manobras corretas de alimentar o paciente e evitar a broncoaspiração, que é um problema causado quando o alimento não vai para o estômago, mas, sim, para o pulmão e pode desenvolver para uma pneumonia", explicou a fonoaudióloga Ianna Castro.
No material didĂĄtico que é distribuído entre as equipes, ficam relatados os riscos, sinais e orientações a respeito do que fazer em relação a broncoaspiração. Quais os fatores de risco para ocorrer a broncoaspiração no momento da alimentação dos pacientes que não fazem isso sozinhos: Desatenção do profissional, postura errada do paciente durante a alimentação, utensílios inadequados, ausĂȘncia de vedamento labial, excesso de saliva no momento da alimentação, higiene oral precĂĄria, tônus e mobilidade facial alterada.
Sinais de Broncoaspiração
Conforme as fonoaudiólogas, entre os principais sinais de broncoaspiração estão a tosse constante ao se alimentar, engasgos com líquidos ou alimentos, frequĂȘncia cardíaca alterada, baixa na saturação, sonolĂȘncia ou agitação, quadro comportamental diferente, vômitos em excesso ou em grande quantidade. A respeito do atendimento multidisciplinar e orientações, o treinamento aponta a importância do trabalho em equipe nos setores do HEA.
Isso porque, os profissionais da fonoaudiologia e fisioterapia devem observar o posicionamento do paciente no momento do ato de alimentação; os da fonoaudiologia e nutrição devem fazer as orientações sobre as dietas por sonda e via oral; os da fonoaudiologia e enfermagem necessitam atentar sobre a higiene oral e a utilização de material adequado para realizar a alimentação do paciente; e os da fonoaudiologia e terapia ocupacional devem fazer o controle de ingestão oral.
O treinamento é composto com as orientações do material descritivo e também de maneira prĂĄtica. As ações começaram com os profissionais das enfermarias, mas vão avançar para outros setores como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Convidado para ajudar na atividade prĂĄtica, Josivaldo Lúcio da Silva, técnico de enfermagem, declarou que "o treinamento é bem proveitoso. Estamos aprendendo muito. Parabéns à equipe que estĂĄ organizando tudo isso", salientou.
Para a diretora do Hospital de EmergĂȘncia do Agreste, fonoaudióloga BĂĄrbara Albuquerque, o treinamento é muito importante para os servidores e para os pacientes. "É um trabalho de prevenção que faz a diferença na recuperação de quem estĂĄ internado e evita que tenha piora no quadro clínico. Nossas equipes estão sempre atentas e unidas para continuar esta missão de salvar vidas", salientou a gestora.