A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), por meio da Rede de Atenção às ViolĂȘncias (RAV), promove, nesta segunda-feira (6), uma capacitação voltada à "Atenção Humanizada no Processo de Interrupção de Gestação". A iniciativa acontece no Hospital da Mulher (HM), no bairro Poço, em Maceió, a partir das 16 horas.
O treinamento é destinado aos profissionais de saúde que atuam no Hospital Geral do Estado (HGE), na Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), no Hospital Ib Gatto Falcão e no próprio HM, onde estĂĄ situada a Ărea LilĂĄs, especializada no atendimento às vítimas de violĂȘncia sexual. Esses serviços tĂȘm a atribuição de prestar assistĂȘncia às mulheres que se encontram em processo de interrupção da gestação, seja de forma espontânea ou induzida.
Camille Wanderley, gerente da RAV, esclareceu que, segundo o artigo 128 do Código Penal Brasileiro (CPB), o aborto é permitido em duas situações. "Caso não exista outro meio de resguardar a vida da gestante ou no caso de gravidez resultante de estupro. Nestes casos, segundo a Portaria nÂș. 1.508/2005 do Ministério da Saúde, a mulher deverĂĄ receber atendimento especializado, por uma equipe composta por obstetra, anestesista, enfermeiro, assistente social e psicólogo, os quais devem estar devidamente capacitados", salientou.
A gerente da RAV esclareceu, ainda, que essa ação educativa serĂĄ a primeira de muitas que serão promovidas em março, que é caracterizado como o mĂȘs da mulher. Isso porque, segundo Camille Wanderley, assegurar os direitos da mulher é fundamental, principalmente na assistĂȘncia em saúde e, por isso, o treinamento dos profissionais é essencial.
"Aqueles que fazem o SUS [Sistema Único de Saúde] tĂȘm o dever de garantir que esse direito seja cumprido. É necessĂĄrio assegurar que as mulheres que procuram o serviço público de saúde e, que precisam passar por um processo tão invasivo e delicado, como é o caso do aborto induzido ou espontâneo, sejam acolhidas, atendidas e tratadas com empatia, eficĂĄcia e segurança, visto que a contramão de tal prerrogativa pode gerar ameaça à vida, bem como, à saúde física e mental dessas mulheres", destacou Camille Wanderley.