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Coluna - Programa com Zico e Clodoaldo mira lacuna paralímpica no Rio


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"O boom do esporte paralímpico foi lá em 2004 [na Paralimpíada de Atenas, na Grécia]. Pela primeira vez, TVs, jornais, rádios e sites foram em peso e começaram a ver o paradesporto como competição. Surgiram incentivos de governos municipais, estadual e federal, mas ainda sem a visibilidade que a gente esperava. Por isso que nessa parceria, juntando a imagem do Zico, que dispensa apresentações, a gente espera que as empresas privadas, principalmente, possam ver e patrocinar. Temos exceções, mas a maioria [do setor privado] ainda não abraçou [o paradesporto]. Com esse projeto, a gente espera que possa abraçar", destacou Clodoaldo, também presente no evento.

A coordenação está a cargo de Alexandre Medeiros, um dos precursores do vôlei sentado no país e técnico da seleção feminina por dez anos (2003 e 2012). O treinador, que conversou com a Agência Brasil após o lançamento do programa, foi quem apresentou a Zico a ideia do projeto.

"Em uma conversa com o Thiago [Coimbra, filho de Zico e presidente do CFZ], falei dessa lacuna no Rio de Janeiro, que foi berço do paradesporto no Brasil. Em 1958, o paradesporto começou simultaneamente em São Paulo, com o Clube dos Paraplégicos, e no Rio, com o Clube do Otimismo. Foi no Rio de Janeiro que surgiu o Comitê Paralímpico Brasileiro [CPB, em 1995]. O Thiago gostou e levou ao pai. O Zico tem uma ligação extensa com o paradesporto, é embaixador da Special Olympics [evento voltado a pessoas com deficiência intelectual]", explicou.

O vôlei sentado, inclusive, será a modalidade pioneira do projeto no alto rendimento. Segundo Medeiros, a equipe já está formada e aguarda investidores para que as atividades iniciem.

"São atletas que começaram comigo e estavam competindo por outras equipes. A partir da coletiva, já houve um movimento de empresas nos procurando. É inevitável que as imagens do Zico e do Clodoaldo, associadas a qualquer projeto, tragam uma enorme visibilidade. Temos metas bastantes complexas, mas que acreditamos serem possíveis de atingir: disputar as principais competições nacionais e termos pelo menos algum atleta nos Jogos [Paralímpicos] de Paris [França], em 2024", descreveu o treinador, que foi um dos comentaristas da Paralimpíada de Tóquio (Japão) na TV Brasil, que transmitiu o evento ao vivo no ano passado.

A previsão é que outras modalidades sejam incluídas no programa, como natação, atletismo, futebol de paralisados cerebrais (antigo futebol de sete), futebol de cegos (antes chamado de futebol de cinco) e futebol para amputados. De acordo com o coordenador, a ideia é que as ações sejam descentralizadas e agreguem, como parceiros, trabalhos já desenvolvidos por profissionais sem vínculos institucionais. O esporte de formação também está nos planos.

"A princípio, teremos as equipes de alto rendimento. Obviamente, posteriormente, teremos a inserção de novas pessoas com deficiência, porque existirá um trabalho de fomento ao paradesporto e de iniciação esportiva. Teremos o lançamento de um programa de formação continuada para que professores possam inserir pessoas com deficiência nas aulas do ensino regular, não somente na Educação Física, mas no primeiro segmento do ensino fundamental", concluiu Medeiros.

Agência Brasil

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