Em um dos únicos Estados do Brasil com maioria das secretarias ocupadas por mulheres, Alagoas traz o empoderamento feminino como marca da gestão Paulo Dantas, e destaca alagoanas que ocupam espaços de liderança em serviços importantes para o desenvolvimento econômico do Estado.
Com ações desenvolvidas pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), as mulheres da indústria, do cooperativismo e do artesanato estão sendo mapeadas e reconhecidas. Na indústria, a empresária Laís Amorim, que está há 28 anos no ramo têxtil, inaugurou uma nova fábrica no município de São Miguel dos Campos e destaca as dificuldades que são enfrentadas pelas mulheres no setor.
"Empreender é sempre difícil, e sendo mulher existe um desafio maior, já que nós temos um acúmulo de funções. Agora, estamos realizando um sonho ao inaugurar esse projeto. Nós capacitamos as mulheres aqui em São Miguel dos Campos, e já formamos seis turmas. As nossas funcionárias serão capacitadas para atender a demanda da indústria têxtil, e estamos muito felizes em saber que estaremos empoderando essas mulheres", destaca a empresária.
Para a secretária da Sedics, Caroline Balbino, a paridade entre homens e mulheres no secretariado de Alagoas representa um grande avanço para as alagoanas, dando ainda exemplo ao país. "A participação das mulheres é fundamental em qualquer segmento – e na área do Desenvolvimento Econômico não seria diferente. Precisamos reiterar a importância de ter uma sociedade igualitária e que reforce os locais de fala de todas as pessoas. Seguimos, nós mulheres, com trabalho duro, competência e dedicação, para alçar voos cada vez mais longos – seja na área do Desenvolvimento Econômico, Educação, Segurança, Saúde – mostrando sempre que nós estamos aptas e somos capazes de fazer a diferença em qualquer área de atuação", reitera a Secretária.
COOPERATIVISMO E ARTESANATO
Com o objetivo de incentivar e promover o cooperativismo em Alagoas, o Governo do Estado criou a Secretaria Executiva de Cooperativismo, Associativismo e Economia Solidária - é nesta pasta que os agricultores familiares e membros de cooperativas de todo o estado serão beneficiados com programas, ações e planos de fomento voltados para o segmento.
Um dos exemplos do cooperativismo em Alagoas é a Associação Dom Helder Câmara, também conhecida como "Mulheres do Dom". Funcionando dentro de uma casinha branca na Zona Rural de Murici, a associação foi fundada em 2012 e é formada por 56 cooperadas - todas mulheres - que cozinham, plantam, vendem e empreendem.
As Mulheres do Dom trabalham com mandioca desde 2003, e cada membro do grupo tem uma predileção para o que cozinha - com a produção de salgados, doces, bolos e pães. O carro-chefe da produção é o beiju de tapioca, e o sonho é que ele possa ser vendido para os supermercados de Alagoas.
"A Associação Mulheres do Dom é um grupo onde as mulheres, juntas, tiveram vontade e descobriram formas de conquistar uma independência. Nós sabemos como o trabalho da nossa Associação causa um empoderamento dessas mulheres. A gente tem feito geleias, doces, beijus, sequilhos, e muito mais. Nós também plantamos algumas frutas, e o programa nos ajudou a divulgar os nossos produtos e a valorizar cada vez mais o nosso trabalho, e isso tem sido importante para o assentamento e para as mulheres", destacou a presidente da Associação Mulheres do Dom, dona Maria Rita.
Segundo um levantamento do Governo do Estado, o setor do cooperativismo alimenta mais de 300 mil alagoanos, além de gerar empregos diretos e indiretos para cerca de 200 mil pessoas por meio das mais de 240 cooperativas espalhadas por todo o Estado.
Outro grupo que traz o empoderamento feminino como marca principal é o grupo Café na Mesa, de Girau do Ponciano. São 17 mulheres comandadas por Maria Josélia que, com um sorriso no rosto, construiu o grupo Café na Mesa há onze anos.
Utilizando a macaxeira como base dos salgados e doces produzidos pelas mulheres, o grupo foi um dos mapeados no início do programa Alagoas Maior pelo potencial de mercado. Quando passaram a, de fato, integrar o programa, essas mulheres aprenderam que podem utilizar tudo o que produzem para incrementar o que é oferecido aos clientes e agregar valor a essa entrega.
"Quando eu quis começar a fazer os produtos, as pessoas achavam que eu não ia conseguir vender meio quilo de broa. Hoje, eu consigo vender um quilo completo, e a gente também produz pastel, coxinhas, esfirras e outros salgados, tudo à base de macaxeira. É um meio que a gente tem de ganhar nosso próprio dinheiro. Na hora de pagar as coisas, conseguimos pagar tudo certinho", explica Maria.