O diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Alagoas, Diego Nilo, apresentou as mudanças realizadas na instituição para realizar um atendimento humanizado às vítimas de violência doméstica enquanto são examinadas. O bate-papo foi realizado na Arena do Empoderamento Feminino, promovido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL).
"A gente precisou se adaptar porque a mulher que chega lá, chega extremamente vulnerável, vítima de violência doméstica ou sexual. Ela precisa ser ouvida, recebida, acolhida para poder fazer os procedimentos necessários porque é através desses procedimentos que a gente vai materializar a prova do que aconteceu com ela", iniciou o médico legista.
Segundo Diego Nilo, além do investimento em infraestrutura que o IML recebeu, uma parceria com Poder Judiciário viabilizou assistentes sociais para atenderem as vítimas e prepará-las para a realização do exame de corpo de delito.
"As assistentes sociais fazem o trabalho de ouvir essa mulher quando ela chega, prepará-la para fazer os exames, fazem o diagnóstico de outras necessidades da mulher, porque às vezes ela vem do interior, de lugares que ainda não têm nenhuma estrutura do Estado, e chegando no IML, a assistente social identifica que ela precisa ir para uma casa de apoio, que precisa de medidas protetivas. Há uma série de procedimentos que a assistente social consegue identificar e direcionar para garantir um trabalho mais efetivo", frisou.
O médico também contou que, até um tempo atrás, as vítimas de crimes sexuais sequer tinham batas para usarem quando iam fazer o exame. "Hoje a gente já tem outra realidade, com todos os equipamentos, vestimentas, uma estrutura de acolhimento. A gente tem que se preparar para receber ela naquele estado de estresse e vulnerabilidade", disse.
Foto: Maikel Marques