Valor emprestado por Lelo Maia para campanha de "aliado" não consta na Justiça Eleitoral

A ruptura de alianças e o apoio a um parlamentar rival são apontados como o estopim para uma suposta invasão à casa do vereador Nildo da Ponte (PSDB), de Joaquim Gomes, atribuída ao deputado estadual Lelo Maia (União) e ao vereador por Maceió e irmão do deputado, Zé Márcio Filho (MDB).

As imagens divulgadas ao longo da semana pela imprensa mostram o grupo liderado por Lelo Maia entrando na residência, segundo registros de câmeras de segurança. O valor de R$ 50 mil, que seria cobrado pelo deputado, teria sido "relembrado" após a ruptura do acordo, já que, em teoria, os dois deixaram de ser aliados.

Em um áudio atribuído ao deputado, ele supostamente exige a devolução do montante, afirmando que Nildo "deve o mandato" à sua equipe. A gravação, ainda sem imagens claras, contém frases que reforçam as acusações de intimidação, incluindo: "Resolva a questão do dinheiro até sexta-feira para que eu não venha mais aqui."

Embora a cobrança seja de R$ 50 mil que teriam sido entregues para que pudesse emplacar a campanha do vereador na cidade em troca de apoio ao deputado estadual Lelo Maia, dados do Divulgacand mostram que o agora vereador por Joaquim Gomes recebeu apenas R$ 7.440,00 durante sua campanha, mesmo tendo um limite de gastos de R$ 34.050,73.

As fontes dos valores pagos são oriundas de R$ 4 mil recebidos do partido, que representam 53%. Outras três doações, com média de R$ 1.000 cada, completam os valores declarados. Ou seja, os R$ 50 mil supostamente utilizados para impulsionar a campanha em troca do apoio não constam nas contas fornecidas pelo vereador. Caso a doação ou o "empréstimo" tivesse sido declarado, ultrapassaria em R$ 15 mil o limite de gastos da campanha.