A Série B de 2022 começou com a promessa de que seria uma das mais disputadas da história. Afinal, nela estão Cruzeiro, Vasco, Bahia, Grêmio, Sport e Guarani, seis equipes que já foram campeãs brasileiras, e também da Copa Libertadores, da Copa do Brasil e do Mundial Interclubes. E para esses seis times, há apenas quatro vagas para leva-los de volta à elite. No entanto, a uma rodada do término do primeiro turno, já existe uma tendência forte de quem vai subir para a Série A do Brasileiro de 2023.
E não estou falando apenas pelo futebol que tem sido visto e praticado ao longo das 18 rodadas já disputadas. Levo em consideração, também, o histórico da competição, que nos mostra que, desde 2006, poucas surpresas significativas aconteceram. O que nos mostra uma tendência de que quase nada vai mudar a partir da rodada do fim de semana.
Mas antes de falarmos das estatísticas históricas, vou lembrar do atual campeonato. Dividi as 18 rodadas em três blocos de seis jogos. E deixando de lado o Cruzeiro (daqui a pouco falamos dele), avaliei o desempenho das equipes que estão abaixo, do Vasco, segundo colocado com 34 pontos, ao Tombense, sétimo, com 25. E o que pude perceber?
Vasco e Cruzeiro chegaram a conquistar 78% dos pontos, com 14 somados em 18. O time carioca, da 7ª à 12ª rodadas; o mineiro, da 13ª à 18ª. O Bahia, que esteve próximo dos 70% até a 12ª rodada, caiu para 44% nas seis últimas, mas com 33 pontos, está em um patamar bom para garantir o acesso. Em tendência de alta aparece o Sampaio Corrêa, que nas últimas 12 rodadas esteve com 56% de aproveitamento, mas o início da disputa, com apenas 28% em seis jogos não coloca o time maranhense em boas condições, precisaria recuperar essa perda e aumentar seu desempenho daqui pra frente. E o foco, no caso, é o Sport, que cai de desempenho de forma visível, não chegando a 45% dos pontos nas 12 últimas rodadas. O Tombense até pode sonhar, mas está num estágio difícil de garantir o acesso.
A esses números, vou somar a estatística histórica. Só três equipes campeãs do turno não subiram para a Série A e o Criciúma, com 37 pontos em 2007, foi o que mais pontuou – o Cruzeiro tem 41 em 18 jogos e todos os que chegaram a essa marca no turno, terminaram entre os quatro primeiros.
Até 2021, apenas 21 equipes atingiram os 36 pontos ou mais no turno e, dessas, 86% se classificaram – Criciúma (2207), Joinville (2012) e Paraná (2013) foram as que ficaram pelo caminho. Vasco e Bahia podem entrar nesse grupo se vencerem seus jogos na última rodada.
Por outro lado, apenas 12% das equipes que fizeram 29 pontos ou menos conseguiram subir. E Sport, Sampaio Corrêa e Tombense não vão atingir essa marca no final do turno. Terão um bom desafio pela frente para conseguirem entrar nesse seleto grupo de classificados. Nesse critério, uma das grandes surpresas da Série B foi promovida pelo Avaí, que em 2016 terminou em 15º lugar, com apenas 23 pontos, e no returno somou 43, garantindo o acesso. Então é possível sonhar.
Segundo os matemáticos, 64 pontos é o mínimo necessário para ficar no G4 após 38 rodadas. Apenas 30% das equipes subiram com menos pontos, entre elas o Vitória, que em 2007 somou 59 e foi para a elite no ano seguinte.
As cartas e as contas estão na mesa. Meu palpite? Cruzeiro, Vasco e Grêmio, nessa ordem, sobem para a Série A. O Bahia, pela tendência de queda nos últimos jogos, ficaria em quarto, mas a chegada do Enderson Moreira pode mudar, e muito, essa caminhada. Eu fecharia o G4 assim, com chances reduzidas, para Sampaio Corrêa, Sport e os demais.
Em novembro a gente confere.
* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil
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Agência Brasil