A prefeitura de Maceió, liderada pelo prefeito João Henrique Caldas (JHC), demonstra claras preferências na alocação de recursos públicos, beneficiando eventos e atrações na "parte baixa" da cidade em detrimento das comunidades periféricas.
Com atrações locais que custariam entre R$ 20 mil a R$ 30 mil, a prefeitura cancelou o tradicional São João do Graciliano Ramos, alegando "falta de verbas". No entanto, a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), comandada por Myriel Cavalcanti, indicado pelo senador Rodrigo Cunha, já gastou mais de R$ 27 milhões em cachês de artistas de fora para eventos na "parte baixa" da cidade.
Somente com o show de Gusttavo Lima, a prefeitura desembolsou R$ 1,2 milhão, valor suficiente para realizar a festa junina no Graciliano Ramos por 30 anos seguidos. Ainda, a FMAC paga R$ 50 mil de cachê para Millane Hora, esposa do senador que indicou o presidente da fundação, valor equivalente a 4 minutos do show de Gusttavo Lima.
Essa discrepância nos gastos reflete uma gestão que prioriza atrações nacionais e eventos voltados para setores mais abastados em detrimento das comunidades periféricas. O cancelamento da tradicional festa junina no Graciliano Ramos, que atende uma população estimada em 100 mil pessoas, evidencia essa segregação socioespacial na aplicação dos recursos públicos pela prefeitura de Maceió.
A revolta da comunidade, expressa no vídeo da presidente da Associação de Moradores do Graciliano Ramos, Valéria Cavalcante, aponta para um claro favorecimento de determinadas regiões da cidade em detrimento de outras, reforçando a denúncia de "preferência por comunidades" por parte da prefeitura de Maceió.
Essa política de priorizar grandes atrações e eventos na "parte baixa" em detrimento de investimentos nas comunidades periféricas é um retrato da gestão de JHC, que parece estar mais preocupada em congraçar-se com setores influentes da sociedade do que em promover um desenvolvimento urbano equitativo e atender às demandas das populações mais vulneráveis.
Redação com assessoria