O município de Palmeira dos Índios, o quarto maior do Estado de Alagoas, tem sido destaque recentemente, mas infelizmente, pelas razões erradas. Apesar de ser abarrotado de verbas federais, o município amarga uma posição preocupante no ranking estadual de educação, ocupando o 85º lugar, de acordo com o relatório Nacional Criança Alfabetizada.
O ranking foi divulgado hoje em reportagem do jornalista Edmilson Teixeira, que mostrou o município de Ouro Branco como o pior do Estado. Mas Palmeira dos Índios não passou despercebido pelas nossas lentes.
A situação educacional no município tem sido objeto de críticas e preocupações crescentes, especialmente após a divulgação dos resultados alarmantes pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Com apenas 32,2% de seus alunos alfabetizados, Palmeira dos Índios está aquém das expectativas e das necessidades educacionais de sua população.
Em contraponto a esses números desanimadores, municípios como Santana do Mundaú lideram o levantamento estadual, com impressionantes 98,9% de alunos alfabetizados. Essa discrepância entre os diferentes municípios alagoanos ressalta a urgência de políticas educacionais mais eficazes e uma gestão mais competente dos recursos investidos.
Uma das questões que surgem diante desse cenário é o papel da gestão municipal na administração desses recursos e na implementação de políticas educacionais eficientes. É importante notar que a atual secretária de educação de Palmeira dos Índios, Luiza Julia Duarte, tem sido apontada como uma das responsáveis por esse fracasso. Curiosamente, ela é tia do prefeito-imperador Julio Cezar e, surpreendentemente, pré-candidata a prefeita do município.
Na quinta-feira, Luiza Julia deverá deixar a secretaria de Educação do município para fins de desincompatibilização e deixará como herança essa desoladora classificação.
Diante desse contexto, fica a pergunta: o que se pode esperar de uma gestora cuja experiência na pasta da educação é marcada por um fracasso tão evidente?
Enquanto outras regiões do país avançam na qualidade da educação, a situação em Palmeira dos Índios serve como um alerta para a importância de uma gestão educacional mais eficaz e transparente, bem como para uma distribuição equitativa e eficiente dos recursos destinados à educação. É fundamental que as autoridades locais e estaduais atuem de maneira proativa para implementar medidas que visem melhorar a qualidade da educação e garantir um futuro mais promissor para os alunos do município.
Panorama Nacional
Os estados que apresentaram os maiores percentuais de alunos alfabetizados foram Ceará, Paraná e Espírito Santo. Trata-se do Primeiro Relatório que faz parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, programa lançado pelo governo federal em julho de 2022 com o objetivo de garantir que as crianças aprendam a ler e escrever na idade certa.
Veja o Ranking
PERCENTUAL DE ALUNOS ALFABETIZADOS POR MUNICIPIO – AL (2023) (5 maiores municípios em negrito)
1 - Santana do Mundaú - 98,9
2 - Coruripe - 94,1
3 - Ibateguara - 93,5
4 - União dos Palmares - 89,4
5 - Olho d'Água Grande - 88,3
6 - Colônia Leopoldina - 84,7
7 - Belo Monte - 83,9
8 - São José da Laje - 79,2
9 - Branquinha - 76,4
10 - Coité do Nóia - 75,0
11 - Boca da Mata - 73,6
12 - Maravilha - 68,8
13 - Porto Real do Colégio - 67,7
14 - São Brás - 67,2
15 - Campo Alegre - 65,5
16 - Inhapi - 65,1
17 - Roteiro - 64,4
18 - Mar Vermelho - 59,0
19 - Quebrangulo - 57,5
20 - Belém - 55,1
21 - Jacuípe - 54,3
22 - Anadia - 53,4
23 - Paripueira - 53,4
24 - Junqueiro - 53,3
25 - Murici - 53,2
26 - Teotônio Vilela - 52,5
27 - Senador Rui Palmeira - 51,9
28 - Campo Grande - 51,5
29 - Jequiá da Praia - 50,2
30 - São Miguel dos Campos - 50,1
31 - Olivença - 50,0
32 - São José da Tapera - 49,0
33 - Igreja Nova - 47,9
34 - Pão de Açúcar - 47,7
35 - Água Branca - 47,1
36 - Maribondo - 46,6
37 - Dois Riachos - 46,5
38 - Craíbas 45,7
39 - Lagoa da Canoa - 45,6
40 - Canapi - 45,5
41 - Taquarana - 44,0
42 - Chã Preta - 43,9
43 - Carneiros - 43,5
44 - Limoeiro de Anadia - 43,5
45 - Satuba - 42,9
46 - Tanque d'Arca - 42,1
47 - Passo de Camaragibe - 42,0
48 - Pariconha - 41,5
49 - Campestre - 41,2
50 - Capela - 41,2
51 - Penedo - 40,9
52 - Marechal Deodoro - 40,6
53 - Major Isidoro - 40,1
54 - Mata Grande - 40,1
55 - Olho d'Água das Flores - 40,1
56 - Viçosa - 40,0
57 - São Luís do Quitunde - 39,6
58 - Arapiraca - 39,4
59 - Maceió - 39,2
60 - Jacaré dos Homens - 38,2
61 - Feliz Deserto - 37,6
62 - Pilar - 37,6
63 - Paulo Jacinto - 37,1
64 - Rio Largo - 36,9
65 - São Sebastião - 36,7
66 - Porto Calvo - 36,6
67 - Jaramataia - 36,1
68 - Girau do Ponciano - 35,7
69 - Matriz de Camaragibe - 35,3
70 - Monteirópolis - 35,3
71 - Feira Grande - 35,2
72 - Santana do Ipanema - 34,8
73 - Flexeiras - 34,7
74 - Estrela de Alagoas - 34,6
75 - Jundiá - 34,6
76 - Coqueiro Seco - 34,5
77 - São Miguel dos Milagres - 34,5
78 - Olho d'Água do Casado - 34,2
79 - Palestina - 33,7
80 - Joaquim Gomes - 33,5
81 - Poço das Trincheiras - 33,4
82 - Batalha - 33,2
83 - Atalaia - 32,4
84 - Maragogi - 32,4
85 - Palmeira dos Índios - 32,2
86 - Santa Luzia do Norte - 31,9
87 - Barra de São Miguel - 31,8
88 - Piaçabuçu - 31,7
89 - Traipu - 31,6
90 - Delmiro Gouveia - 31,1
91 - Messias - 30,8
92 - Barra de Santo Antônio - 30,6
93 - Cacimbinhas - 30,6
94 - Porto de Pedras - 30,1
95 - Minador do Negrão - 30,0
96 - Igaci - 29,7
97 - Pindoba - 29,1
98 - Novo Lino - 27,4
99 - Cajueiro - 26,8
100 - Piranhas - 24,7
101 - Japaratinga - 23,1
102 - Ouro Branco - 20,4
Tribuna do Sertão