O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, disse não colocar em dĂșvida a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro, mas voltou a defender a necessidade do que chamou de "aprimoramentos" no uso das urnas eletrônicas.
Ao participar de uma audiĂȘncia pĂșblica realizada pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o ministro disse que nenhum sistema informatizado é inviolĂĄvel. Foi com base nesta crença que as Forças Armadas aceitaram o convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para participar da Comissão de TransparĂȘncia das Eleições que a Corte criou em setembro de 2021.
"Convidados pelo TSE, montamos uma equipe técnica, com gente capacitada, engenheiros que conhecem de programação, para que pudéssemos ajudar tentando aperfeiçoar o processo [eleitoral]", disse o ministro durante sua exposição. "Não se trata de qualquer dĂșvida com relação ao sistema eleitoral. As Forças Armadas estavam quietinhas no seu canto quando foram convidadas pelo TSE".
Segundo Oliveira, parte das 15 propostas "técnicas" que os militares apresentaram ao TSE buscam apenas "mitigar ao mĂĄximo as possibilidades de ataques cibernéticos" e eventuais falhas "que possam comprometer as eleições". "Tanto as eleições de 2022, quanto as posteriores", acrescentou o ministro.
"Não queiram me convencer de que hĂĄ sistema que não mereça aperfeiçoamento. Sabemos que estes sistemas eletrônicos sempre precisam de aperfeiçoamentos. Não hĂĄ programa imune a ataques, [imune] a ser invadido", disse o ministro.
Em mais de uma ocasião, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) refutou argumentos sobre a possibilidade do resultado de eleições ser alterado devido à falhas no sistema eletrônico de votação. Em julho, a Corte divulgou uma nota tratando especificamente das considerações jĂĄ então apresentadas pelo Ministério da Defesa.
Segundo o TSE, as urnas eletrônicas utilizadas no Brasil, do modelo UE 2020, contam com módulos de segurança criptografado e certificado superiores aos definidos pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), autarquia federal vinculada à Casa Civil da PresidĂȘncia da RepĂșblica.
A Corte Eleitoral também destacou que o programa (software) desenvolvido pela própria Justiça Eleitoral foi submetido a testes pĂșblicos de segurança durante os quais não foi constatado nenhum tipo de comprometimento ou vulnerabilidade às simulações de ataques ao sistema.
"Além disso, relembre-se que, a qualquer tempo, é permitido aos partidos polĂticos fiscalizar todas as fases do processo de votação e apuração das eleições, bem como o processamento eletrônico da totalização dos resultados", informa o TSE, na nota em que reafirma trabalhar "de forma incessante para garantir eleições limpas, justas e seguras".
Para esclarecer dĂșvidas sobre a segurança do processo eleitoral e rebater boatos, o TSE criou uma pĂĄgina com informações sobre a tecnologia utilizada no paĂs hĂĄ mais de 25 anos e que, segundo a Corte, "transformou o processo eleitoral brasileiro".
Fonte: AgĂȘncia Brasil