Em cena o ator, diretor, dramaturgo, fundador da companhia de teatro Munganga, Carlos Lagoeiro nasceu em Buenópolis, cidadezinha situada no norte de Minas Gerais e desde 1987 está radicado na Holanda.
Terceira Margem e o espetáculo inspira-se no conto A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa.
Lagoeiro o define como "criação poética para 1 ator, 17 bonecos e 100 canoas". Isso mesmo, ele leva para o palco cem canoas (de cerca de um palmo) feitas por um canoeiro das barrancas do Rio São Francisco, por onde ele ficou navegando por quase um mês. Por fim, convidou para dividir a direção Belo Lima, o bonequeiro da trupe brasileira Pia Fraus (Bichos do Brasil).
No conto, acompanha-se o olhar de um menino que tenta compreender a inusitada atitude de seu pai, que abandona a família para viver solitário, dentro de uma canoa, nas águas de um rio.
"O espetáculo tem aquela simplicidade com que as crianças criam desenhos no chão, porém é ao mesmo tempo muito complexo, porque permite muitas leituras. Lagoeiro, que já havia levado ao palco com sucesso outro conto de Rosa, Soroco, Sua Mãe e Sua Filha, tinha uma relação muito especial com essa história.
"Sempre que lia A Terceira Margem, chorava copiosamente. Por isso decidi que não queria fazer uma simples adaptação do conto, mas contar um pouco de minha história através dele", diz Lagoeiro.
Fonte: Redação com assessoria