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Prefeitura de Maceió prioriza Beija-flor em detrimento dos Blocos Locais

Por Alexandre Vieira em 31/01/2024 às 09:09:51

Reprodução

A lógica da gestão cultural do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), em Maceió, está mais confusa e desigual do que nunca. O Carnaval revela uma preocupante disparidade financeira, com a prefeitura despejando recursos exorbitantes em atrações nacionais e relegando os talentos locais a migalhas. A falta de transparência e a inversão de prioridades tornam-se evidentes no mais recente episódio envolvendo o Verão Massayó.

A lei estabelece que no mínimo 50% dos recursos de eventos culturais devem ser destinados a artistas locais. Contudo, no Verão Massayó, entre 12 e 21 de janeiro, Maceió gastou R$ 8,2 milhões em cachês, distribuindo R$ 7,9 milhões para atrações de fora e irrisórios R$ 300 mil para os artistas da terra. As críticas não tardaram, e o prefeito foi rotulado de "bolsonarista" por supostamente minar a cultura local, principalmente ao negligenciar o edital de incentivo aos blocos carnavalescos de Maceió.

A pressão nas redes sociais e a repercussão negativa forçaram um recuo tardio de JHC, que, aparentemente mais preocupado com seu Instagram do que com os problemas reais da cidade, viu-se obrigado a publicar, no Diário Oficial, um convênio de R$ 690 mil entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Liga Carnavalesca de Maceió. Um acordo "às pressas" que surge após intensa pressão dos blocos locais, que denunciaram o descaso do prefeito, evidenciando sua falta de planejamento e comprometimento com a cultura regional.

A fria equação dos números revela uma desvalorização brutal dos blocos locais em comparação com a escola de samba Beija-flor de Nilópolis. Enquanto a Beija-flor embolsará R$ 8 milhões por um desfile de 1 hora e 20 minutos, o Pinto da Madrugada e os mais de 120 blocos de Maceió, que animarão as ruas por mais de 120 horas, receberão R$ 690 mil. A prefeitura, na prática, investirá R$ 65,5 mil por minuto no desfile da Beija-flor, enquanto destinará somente R$ 5,7 mil por hora ou vergonhosos R$ 95 por minuto a todos os blocos da cidade, juntos.

A gestão cultural de Maceió precisa urgentemente repensar suas prioridades e corrigir essa matemática desigual que coloca a cultura local em segundo plano. A população merece uma celebração carnavalesca que valorize e promova verdadeiramente os talentos da região, em vez de sacrificar sua identidade em nome de extravagâncias nacionais.


Fonte: Redação com assessoria

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