Na batida do "hino" Asa Branca, os forrozeiros de Maceió estão cobrando, sete meses depois, os cachês prometidos no São João de 2023: "Seu prefeito, por favor, pague o nosso cachê, seu prefeito, por favor, pague o nosso cachê!" O protesto virou destaque no programa Plantão Alagoas (TV Ponta Verde) nessa terça-feira (23/1).
Segundo a representante da Associação dos Forrozeiros de Alagoas, o valor devido a 25 artistas locais é de R$ 60 mil, com cada um recebendo, em média, R$ 2 mil de cachê. "Isso é só a metade do que pagaram nesse evento aí (falando do Massayó Verão), que teve cachê mínimo de R$ 120 mil", conta Rosiane Pedrosa, da Asforral.
Enquanto a galera tá na bronca, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), acabou de pagar adiantados R$ 8 milhões de patrocínio, grana do contribuinte, para a Escola de Samba Beija-Flor do Rio de Janeiro. Foram 5 parcelas de R$ 1,6 milhão, três pagas ainda em 2023, somando R$ 4,8 milhões, e as outras duas, R$ 3,2 milhões, foram pagas no dia 19 de janeiro de 2024, quase um mês antes do carnaval.
Os forrozeiros e artistas populares reclamam também do tratamento diferenciado dado aos artistas nacionais. "Eles recebem 50% no dia e 50% para subir no palco", conta Gil Neves, um dos forrozeiros que participou do protesto, se referindo às atrações nacionais do Massayó Verão.
A prefeitura de Maceió, conforme o Portal da Transparência, já soltou mais de R$ 7 milhões para os artistas nacionais que se apresentaram no Massayó Verão, e a maioria pegou a grana no dia da apresentação ou no seguinte.
Eles tocaram no São João, levaram alegria para o público e também querem receber. "Dois mil reais era nosso cachê. Existem muitas promessas, mas a grana na conta até agora nada", desabafa Giseldo Barbosa, outro forrozeiro que participou do protesto.
Pelo menos 25 grupos musicais ficaram na saudade depois de terem sido contratados para animar a festa junina de Maceió em 2023. "Merecemos mais valor, são tantos artistas bons aqui, trabalhamos pra caramba e até agora, nada", reclama outro artista.
"Falta compromisso da gestão pública com a cultura popular. O débito total para resolver o pagamento é de R$ 60 mil reais. Eles prometeram e até agora nada", destaca Rosiane.
Redação com assessoria