A gestão do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), tornou-se alvo de uma ação do Ministério Público Estadual contra o Município de Maceió para regularizar a oferta de vagas em creches e pré-escolas da capital.
Maceió possui o maior deficit de vagas em creches entre todas as capitais do Brasil. Sem demonstrar prioridade com o ensino para crianças, a prefeitura do município gasta mais com cachês de artistas e festas do que com creches e educação infantil.
Para ilustrar, apenas no festival Massayó Verão de 2024, a prefeitura de Maceió desembolsou mais do que a soma das despesas de um ano inteiro do município com creches e educação infantil:
* Em 2022, a rubrica "Educação Infantil" da Semed registrou um total empenhado de R$ 13,2 milhões. As despesas de 2023 ainda não foram divulgadas, mas o Orçamento com Educação no ano passado em Maceió teve um aumento de menos de 5% quando comparado a 2022.
* Somente nos seis dias de Verão Massayó, a prefeitura de Maceió gastou cerca de R$ 15 milhões, sendo R$ 8,2 milhões com cachês de artistas (R$ 7,9 milhões para atrações nacionais) e mais R$ 6,8 milhões com estrutura, segurança, serviços e propaganda.
Deficit de 43 mil vagas
A oferta de educação infantil é uma obrigação dos municípios. De acordo com dados oficiais da Secretaria Municipal de Educação (Semed), a demanda por creches em Maceió é de 46,5 mil vagas, enquanto a prefeitura oferece 3,5 mil vagas. Isso significa que existe uma demanda reprimida de 43 mil vagas.
Para cumprir a meta do Plano Municipal de Educação, Maceió precisará ofertar 21 mil novas vagas até 2025. Para isso, JHC prometeu, em abril de 2023, construir 73 novas creches. Até o momento, a licitação não foi realizada. Além disso, o prefeito se recusa a receber as creches construídas pelo Estado através do programa Cria no município.
MP entra com ação contra gestão de JHC
O Ministério Público de Alagoas ajuizou uma ação civil pública contra o Município de Maceió para regularizar a oferta de vagas em creches e pré-escolas da capital. Nela, o MP solicita que a gestão municipal apresente um plano concreto de ações de expansão e redimensionamento de vagas no prazo de 60 dias. A ação está tramitando na Justiça.
Após a apresentação do plano de expansão e do planejamento orçamentário, o Município terá o prazo de 30 dias para implementar as ações que constam nos dois documentos.
O MPAL dá prazo de um a três anos para que Maceió atenda integralmente a demanda de vagas em creches públicas e de seis meses para as pré-escolas. O desrespeito à ação civil pública pode ocasionar multa diária de R$ 10 mil por item descumprido.
A Secretaria Municipal de Educação deverá publicar em seu site mensalmente a lista de espera para as vagas, contendo a faixa etária da criança, bairro, unidade escolar de preferência, turno e existência de prioridade no atendimento.
Fonte: Redação com assessoria