A tristeza permeou as ruas do bairro Flexal em Maceió, onde o desastre ambiental provocado pelo afundamento do solo - consequência das atividades da mineradora Braskem - mudou drasticamente a vida de seus moradores. Um contraste doloroso se destacou neste início de ano, entre a orla marítima de Maceió, vibrante com luzes e festas, e o silêncio sombrio do Flexal de Baixo.
André Lima, um morador do Flexal de Baixo, capturou essa realidade em um vídeo emocionante, mostrando a desolação do seu bairro durante o período de Ano Novo. "Tudo estava apagado, não existia mais ninguém", desabafou André. O bairro, outrora cheio de vida, agora se encontra em ruínas, um testemunho silencioso do desastre que deslocou inúmeras famílias e interrompeu as vidas de muitos.
A comparação com a orla marítima de Maceió, iluminada e festiva, destaca a discrepância entre diferentes partes da cidade. Enquanto turistas e moradores de outras regiões celebravam a chegada de um novo ano com otimismo e alegria, os residentes do Flexal enfrentavam um cenário de desolação e abandono.
Este contraste doloroso traz à tona questões mais amplas sobre a responsabilidade corporativa e a resposta governamental a desastres ambientais. Os moradores do Flexal, assim como de outros bairros afetados, lutam não apenas com a perda de suas casas, mas também com a ruptura de suas comunidades e o sentimento de serem esquecidos em meio a festividades e celebrações em outras partes da cidade.
A situação no Flexal de Baixo é um lembrete sombrio de que as consequências de desastres ambientais vão muito além da destruição física. Elas afetam profundamente a vida social e emocional das pessoas, deixando cicatrizes que demoram a cicatrizar.
Enquanto Maceió celebra o Ano Novo com esperança e renovação, os moradores do Flexal enfrentam a dura realidade de reconstruir suas vidas e comunidades, uma tarefa que exige não apenas recursos, mas também um compromisso contínuo e solidariedade de toda a cidade.
Tribuna do Sertão