Muita gente desconhece, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde o começo deste ano, um medicamento destinado a tratar pacientes com Covid-19. Trata-se do antiviral Paxlovid, que foi incorporado pelo Ministério da Saúde (MS), disponibilizado a todos os estados e que possui eficácia comprovada contra a doença provocada pelo novo coronavírus.
De acordo com o chefe do Gabinete de Combate às Doenças Infecciosas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), infectologista Renee Oliveira, as secretarias municipais de Saúde dos 102 municípios alagoanos foram comunicadas sobre a disponibilização do Paxlovid, e receberam cotas para uso nas Unidades Básicas de Saúde. O medicamento, que é fabricado pela Pfizer, é formado pelos comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir, e deve ser prescrito às pessoas que não requerem oxigênio suplementar, que apresentam risco aumentado de progressão para a forma grave da doença e que têm idade a partir dos 18 anos, sendo que, até os 64 anos, é restrito aos imunossuprimidos.
"A rede pública de Saúde conta com o Paxlovid desde o início do ano e está à disposição da população para o tratamento da Covid-19. Ao contrário de outros medicamentos que foram amplamente usados sem eficácia comprovada, este antirretroviral só foi incorporado pelo Ministério da Saúde após a liberação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e, no caso de Alagoas, a disponibilização aos 102 municípios alagoanos ocorrer mediante análise do Grupo Técnico Científico (GTC) da Sesau", ressalta Renee Oliveira, salientando que o fármaco está disponível também nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos hospitais da Sesau.
Renee enfatiza, entretanto, que o Paxlovid deve ser prescrito na fase inicial da contaminação pelo vírus da Covid-19. "Estudos científicos atestam a eficácia do medicamento porque ele preserva o organismo e impede a evolução da doença e internações desnecessárias. Portanto, é necessário que o paciente inicie o uso entre o primeiro e o quinto dia do aparecimento dos sintomas da doença, quando a carga viral está alta, o que potencializa a eficácia da medicação", salienta o infectologista.
Prevenção
Renee Oliveira reforça, no entanto, a necessidade de a população seguir as medidas preventivas contra a Covid-19, evitando o adoecimento e a disseminação da doença, que apresenta casos graves entre os idosos e as pessoas imunossuprimidas. "Além do uso de máscara, principalmente em locais fechados, é necessário que cada cidadão evite aglomerações, principalmente durante as confraternizações do fim de ano e possa fazer da higienização das mãos um hábito diário, seja com água e sabão ou com álcool a 70%", orienta.
Além destas medidas não farmacológicas, o infectologista enfatiza que manter o calendário vacinal atualizado também é importante para evitar contrair a Covid-19. "Apelamos para que as pessoas que não concluíram o esquema vacinal, o façam o mais rápido possível. Ressaltamos que não caiam em fake news, porque todas as vacinas contra a Covid-19 têm eficácia comprovada e não causam doenças. Pelo contrário, elas previnem uma doença infectocontagiosa de grande letalidade e que deixa sequelas seríssimas, que podem levar à morte posteriormente", alerta Renee Oliveira.
Secom Alagoas