A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, no Senado, conseguiu as indicações da maior parte dos líderes partidários e deve ser instalada na semana que vem, com a escolha do presidente e do relator. Mesmo com uma atuação contrária de senadores governistas e de aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o colegiado já conta com a indicação de sete integrantes, que formam a maioria entre os onze membros titulares possíveis.
Os senadores já indicados como titulares são Renan Calheiros (MDB-AL), Efraim Filho (União-PB), Cid Gomes (PDT-CE), Omar Aziz (PSD-AM), Jorge Kajuru (PSB-GO), Eduardo Gomes (PL-TO) e Wellington Fagundes (PL-MT). A expectativa é que a sessão de instalação aconteça na próxima terça-feira ou quarta. Omar Aziz é cotado para ser presidente da CPI. Pela programação, o grupo vai apresentar um plano de trabalho e vai realizar as primeiras sessões a partir de fevereiro.
A comissão é articulada por Renan e pretende investigar a Braskem, responsável por minas de extração de sal-gema que ameaçam desabar em Maceió. O colegiado tende a jogar um holofote negativo sobre o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), aliado de Lira. O PP, partido do presidente da Câmara, não indicou integrantes para a comissão ainda.
Outro foco de resistência está no líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que orientou o PT a não fazer a escolha dos membros para inviabilizar a CPI. Senadores avaliam que Wagner se preocupa que o colegiado prejudique a Novonor (ex-Odebrecht), que tem forte presença na Bahia e é controladora majoritária da Braskem.
Há também uma avaliação de que a CPI pode amplificar a crise envolvendo a petroquímica. Há receio no Planalto de a situação respingar ainda mais na Petrobras, que tem participação societária na Braskem, ao lado da Novonor, e que isso também dificulte a negociação da venda da petroquímica que está em curso.
Fonte: Tribuna do Sertão