A CPI da Braskem saiu do papel. Presidente e vice serão escolhidos em uma reunião na terça ou na quarta-feira da semana que vem. O PT não indicou nomes para participar da comissão e terá que entrar a reboque porque trabalhou o tempo todo para que ela não acontecesse. No entanto, 7 dos 11 nomes de senadores titulares já estão garantidos e isso é suficiente para começar os trabalhos com a eleição de presidente e vice. Após a eleição, o presidente indicará o relator.
O grupo Resistência Democrática, que reúne PSD, PT, PSB e Rede, já tem dois nomes indicados. O senador Jorge Cajuru, indicado pelo PSB para compor a comissão, e o senador do Amazonas, Omar Aziz, que se tornou conhecido em todo o Brasil durante a CPI da Covid, da qual foi presidente. Boatos no Congresso indicam que Aziz pode vir a ocupar o cargo novamente, desta vez para investigar as contas da Braskem e entender de forma mais ampla o desastre socioambiental que a empresa provocou, e ainda está provocando, em Maceió.
O PT faz parte desta Federação de partidos e terá que indicar um nome. Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, e Eduardo Comes, também do PL, já garantiram lugar na CPI. Pelo MDB, fará parte Renan Calheiros; pelo União Brasil, confirmou vaga o senador Efraim de Araujo Morais Filho; e pelo PDT, o senador Cid Gomes.
O senador Renan Calheiros, de Alagoas, reuniu 45 assinaturas para garantir a criação da CPI, que dependia da indicação de nomes dos demais partidos para ser instaurada. Agora, ela vai entrar em operação com a eleição de presidente e vice, definição do nome do relator, e as primeiras sessões acontecerão em fevereiro.
O governo não se mobilizou em favor da criação da CPI da Braskem. Pode ter preferido evitar embates com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem o atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, como apadrinhado. Esse ano JHC fechou um acordo com a Braskem no valor de R$ 1,7 bilhão que Lira propagandeou ter ajudado a encaminhar. Mas esse acordo será tema de debate na CPI, já que, em troca da indenização, o prefeito entregou à Braskem a posse de todas as ruas, praças e imóveis da área afetada. Uma região super valorizada que pode, no futuro, se tornar um grande investimento imobiliário. Um prêmio para quem destruiu cinco bairros da cidade.
Também pode estar em jogo o peso econômico da Braskem. Quinta maior petroquímica do mundo, maior da América Latina, a empresa tem presença forte na Bahia, estado do Senador Jaques Wagner, líder do governo no senado. Para completar o quadro desfavorável, a Petrobrás tem 47% das ações ordinárias da Braskem.
Fonte: ICL Notícias