Moinho Motrisa entra com pedido de recuperação judicial; dívida chega a R$ 140 mi

O Grupo Motrisa, mais conhecido como Moinho Motrisa, que tem presença na indústria de alimentos, particularmente na moagem de trigo e na fabricação de derivados, oficialmente entrou com um pedido de recuperação judicial junto ao Tribunal de Justiça de Sergipe. O pedido foi encaminhado no dia 4 de setembro.

Atualmente, o "Moinho Motrisa" enfrenta uma dívida total de aproximadamente R$ 93.764.203,26 (noventa e três milhões, setecentos e sessenta e quatro mil e duzentos e três reais e vinte e seis centavos) e US$ 9.488.566,64 (nove milhões, quatrocentos e oitenta e oito mil e quinhentos e sessenta e seis dólares e sessenta e quatro centavos de dólar), com cerca de 467 credores envolvidos.

Fundada na década de 30, a empresa foi reconhecida como uma das líderes no setor de produtos derivados do trigo no Brasil. O grupo tem unidades comerciais em várias cidades do país, incluindo Porto Alegre/RS (sede social), Cabo de Santo Agostinho/PE (filial), Salvador/BA (filial), e Maceió/AL (filial), com sua principal unidade produtora localizada em Aracaju/SE.

Segundo pedido de recuperação judicial, os desafios enfrentados pelo Grupo Motrisa foram agravados ao longo dos últimos 36 meses, com uma redução significativa na receita devido à queda nas vendas. A pandemia global e a subsequente crise econômica mundial, combinadas com a Guerra entre Rússia e Ucrânia, conforme documento, intensificaram ainda mais a situação econômica.

Outro fator que teria impactado negativamente a empresa foi a redução na produção de trigo em 2020 e 2021, causada por condições climáticas adversas e pelas ramificações da pandemia nos principais países produtores de trigo. Isso, de acordo com o grupo, afetou os estoques de segurança e aumentou os custos de frete marítimo, resultando em preços mais elevados para o trigo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, dois dos maiores exportadores de trigo do mundo, também foi evidenciada no pedido de recuperação judicial. À Justiça, o grupo comprometeu-se a apresentar um Plano de Recuperação Judicial dentro de 60 dias com valor atribuído à causa de R$ 140.000.000,00 (cento e quarenta milhões de reais).