"Proteger nossos territórios é garantir nossas vidas indígenas, assegurar nossa diversidade e enfrentar as emergências climáticas", destacou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
Ela voltou a enfatizar o papel das áreas indígenas na proteção da floresta. "Nós, povos indígenas, guardiões da Mãe Terra, somos 5% da população mundial, mas protegemos 82% da biodiversidade do mundo. E boa parte desta preservação está dentro do território amazônico", afirmou. "Se estamos realizando esse bem comum, protegendo a vida na Terra, precisamos ter nossas vidas e direitos garantidos", completou.
Paralisada ao longo do governo do Bolsonaro, a demarcação de terras indígenas foi retomada no atual do governo. Além das áreas desta terça-feira, o presidente Lula já havia assinado a demarcação de seis territórios em abril deste ano. Na ocasião, foram homologados os territórios de Arara do Rio Amônia, no Acre, Kariri-Xocó, em Alagoas, Rio dos Índios, no Rio Grande do Sul, Tremembé da Barra do Mundaú, no Ceará, Avá-Canoeiro, em Goiás, e Uneiuxi, no Amazonas.
Atualmente, constam dos registros da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) 761 terras indígenas. Essas áreas representam aproximadamente 13,75% do território brasileiro, estando localizadas em todos os biomas, sobretudo na Amazônia Legal. Desse total, 475 estão regularizadas, oito homologadas, 73 declaradas. Há 44 áreas delimitadas e há 137 em estudo para demarcação. Além disso, há cerca de 478 reivindicações de povos indígenas em análise prévia na Funai, ainda sem processos em curso.
Durante o evento, o presidente Lula também anunciou uma série de ações fundiárias, incluindo a retomada da Câmara Técnica de Destinação e Regularização Fundiária de Terras Públicas Federais Rurais, para avançar na destinação social de cerca de 50 milhões de hectares de terras federais ainda não destinadas, uma área equivalente ao tamanho da Espanha.
Fonte: AgĂȘncia Brasil