Uma comunidade acadêmica inteira em celebração! O reconhecimento chegou com cinco estrelas. O curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) do Campus Arapiraca acaba de receber a nota 5 na avaliação do Ministério da Educação. Brilha agora o resultado de um processo de luta pelo primeiro curso médico do interior do estado.
"O reconhecimento do MEC com a nota máxima veio apenas reafirmar todo o trabalho ao longo desses anos. O mais importante para esse conceito foi a união e o comprometimento de todos os docentes, discentes e a direção. Nossos planos são entregar à população cada vez mais médicos bem formados e comprometidos com a saúde", comemorou a coordenadora do curso, Mônica Galdino, aproveitando para agradecer o apoio da Reitoria, da direção do Campus Arapiraca e da direção acadêmica.
Mônica Galdino e a vice-coordenadora, a professora Miyuki Yamashita, ressaltam esse esforço coletivo porque o jovem curso de Medicina, que iniciou suas atividades em 2016, é fruto de muito empenho de quem acreditou que valeria a pena investir na formação médica na região do Agreste.
"Foi um desafio e uma ousadia muito grande. Naquele momento eu era diretora acadêmica e abracei o projeto. Um projeto visionário que veio basicamente estruturado do Ministério [MEC] e a Universidade implantou. Hoje estamos colhendo os frutos! Arapiraca está de parabéns! O corpo docente do curso que abraçou, que acreditou no projeto, que não deixou o projeto parar é o corpo docente que luta e que demonstra o carinho, o respeito e o compromisso com a formação do profissional", lembrou com alegria a vice-reitora Eliane Cavalcanti.
O curso de Medicina da Ufal Arapiraca tem três turmas formadas, conta com 51 professores em seu quadro e, atualmente, está em processo de seleção de mais nove docentes. São 60 vagas para estudantes com entrada semestral de 30 alunos que podem desfrutar de uma infraestrutura de qualidade, laboratórios de excelência, convênios com a Prefeitura e com os principais hospitais da cidade e de cidades vizinhas como Coruripe, São Miguel dos Campos e Palmeira dos Índios.
Tudo isso agregou na primeira avaliação do curso finalizada na última sexta-feira (25) e acompanhada pela Procuradoria Educacional Institucional (PEI) da Ufal. "Celebrarmos essa conquista que referenda a importância da interiorização! Parabéns ao corpo docente engajado, à coordenação bastante dedicada, às direções do campus pelo empenho, à nossa equipe da PEI com as orientações necessárias para a sistematização da visita, à equipe Prograd [Pró-reitoria de Grdaução] e à nossa vice-reitora por todo seu empenho no processo de implantação do curso e ao nosso reitor!", enfatizou o procurador da PEI, Deywid Melo.
Conquista pela história
A resposta do MEC com a nota máxima para o curso de Medicina da Ufal em Arapiraca carrega um simbolismo cheio de emoções e sensação de dever cumprido, mesmo numa jornada que ainda está no início. O professor Eurico Lôbo, reitor à época da implantação da graduação no interior, relembra como foi difícil tirar essa ideia do papel.
"Nós vivíamos um momento muito difícil porque existia um grupo de oposição à expansão da Universidade para o interior que estava muito ativo, era um ano eleitoral e que pressionava todos nós para que não houvesse esse curso. A direção da Famed [Faculdade de Medicina], à época, não concordava com a criação do curso e externou isso publicamente. Nós tínhamos também uma negativa de todas as entidades médicas, dos conselhos regionais, do Conselho Nacional de Medicina, da Associação Médica Brasileira. Todos eles eram contrários a esse movimento para ampliação de novos cursos de Medicina pelo Brasil afora. Na tese deles já existiam médicos suficientes no Brasil e, portanto, não havia nenhum tipo de necessidade", recordou o reitor honorário da Ufal, Eurivo Lobo.
Ele lembra, ainda, como as decisões daquele período impactaram no que existe hoje: "Nós, gestores da Ufal à época, enfrentamos o contexto político desfavorável, e decidimos encarar todos os desafios, ofertando o curso, fomentando a formação de mais médicos fora da sede, para colocar a então Unidade Acadêmica de Arapiraca na vanguarda na formação na área da saúde em Alagoas".
O professor Eurico Lôbo conta que depois de muita negociação, o MEC autorizou todos os recursos necessários para a construção do prédio da Medicina, que, hoje, abriga o Centro de Saúde de Arapiraca. A Universidade precisou incluir no orçamento a compra dos equipamentos e insumos para o processo de expansão. O MEC também garantiu recursos de infraestrutura e de pessoal que seriam essenciais para a criação do curso.
"Outro desafio foi porque era um projeto pedagógico inovador que utilizava metodologias ativas para a Medicina e tivemos que qualificar vários professores da área de saúde em treinamentos fora de Alagoas", ressaltou, sobre o compromisso com a qualidade da formação docente.
A autorização para iniciar as atividades do primeiro curso de Medicina do interior de Alagoas foi dada depois da visita e sugestões do professor Henry Campos, que era coordenador nacional do Programa de Expansão e Implantação dos novos cursos de Medicina nos hospitais públicos federais.
"O campus teve que se readequar a uma outra realidade. Com o desenvolver do curso, outros desafios surgiram, como a consolidação do corpo docente, dos médicos professores, assim como a consolidação do serviço para receber os nossos alunos no internato e nos estágios. A implantação do curso foi a Ufal chegando com a nova escola médica, o município abraçando, e toda a comunidade vibrando por esse avanço!", destacou a professora Eliane Cavalcanti.
O reitor honorário Eurico Lôbo reforça o contentamento em ver a continuação do projeto. "Eu aproveito para agradecer e parabenizar o espírito republicano daqueles que me sucederam e, em particular, da professora Eliane Cavalcanti, e da comunidade acadêmica de Arapiraca, que com trabalho e dedicação, possibilitaram que os desafios que vieram pela frente fossem superados e, hoje, todos nós comemoramos essa grande vitória!".
Fonte: Redação com assessoria