Em meio à turbulência financeira que assola o futebol alagoano, com ressalvas apenas para o CRB que participa da Série B do Campeonato Brasileiro, o Clube Sociedade Esportiva (CSE) de Palmeira dos Índios, enfrenta uma crise interna. A equipe, que não possui recursos para manter a base do time SUB-20, recebeu da prefeitura local, nos últimos cinco meses, uma soma próxima a um milhão de reais.
O CSE, tradicional time do interior que forma novos talentos na categoria, atualmente enfrenta dificuldades para manter as atividades. Fontes internas relatam falta de material de treino adequado e condições mínimas para a o treinamento dos atletas. Foi preciso um radialista essa semana fazer uma vaquinha através do Programa Bola na Rede para arrecadar R$1.360,00 (mil trezentos e sessenta reais) para ajudar a base tricolor.
Paradoxalmente, relatórios financeiros recentes provaram que o clube recebeu da Prefeitura de Palmeira dos Índios, entre janeiro e maio deste ano, quase R$ 1 milhão em apoio financeiro. A questão que surge, então, é: para onde está indo esse dinheiro?
A prefeitura alega que os repasses estão sendo feitos regularmente e que a responsabilidade de gerenciar esses recursos é do clube.
Na última semana, o município teve bloqueado em suas contas R$90.000,00 (noventa mil Reais) para garantir créditos trabalhistas de ex-atletas e profissionais que passaram pelo clube. O recurso bloqueado corresponde ao período em que o patrocínio do município foi repassado ao clube.
Em junho, o convênio do patrocínio venceu, informou o município. De janeiro a maio foram repassados exatos R$847.000 (oitocentos e quarenta e sete mil Reais) para o clube, sendo que em janeiro foi repassado R$137 mil; em fevereiro R$150 mil; em março R$200 mil; em abril novamente R$200 mil e em maio R$160 mil.
A situação é polêmica entre torcedores e a comunidade esportiva local, muitos dos quais questionam o uso dos recursos públicos pelo clube e a falta de transparência em suas finanças. Alguns pedem uma auditoria independente para avaliar a situação.
Enquanto a situação não é esclarecida, o futuro dos jovens atletas do CSE continua incerto. Este cenário reforça a importância da gestão eficaz e transparente dos recursos nos clubes de futebol, principalmente quando estes recursos são públicos.
A crise no CSE não é apenas sobre o esporte, mas também sobre a responsabilidade fiscal e a gestão dos recursos públicos pela entidade privada, que recentemente através da diretoria comprometida politicamente com o prefeito abdicou de forma irregular do patrimônio do clube, o Estádio Juca Sampaio. E, como em muitas outras situações, os mais amados são aqueles que têm menos poder: os jovens atletas que sonham com uma carreira no futebol.
Fonte: Tribuna do Sertão