Os professores representaram a classe trabalhadora mais numerosa no ato da Ceilândia. Com inúmeros cartazes, faixas e camisetas, os profissionais da educação aproveitaram a mobilização para convocar a categoria para aderir à greve dos no Distrito Federal, a partir de quinta-feira (4).
O diretor de administrativo do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), Julio Barros, reivindicou a valorização dos educadores e o fim da precariedade do ambiente de trabalho. "Primeiramente, precisamos de condições de trabalho dignas, sem a superlotação das salas de aula. Outra questão muito importante é a segurança nas escolas. Segurança na escola não significa militarizar as instituições. E para além das condições de trabalho, eu destaco a valorização dos profissionais do magistério que estão com seus salários há 8 anos sem reajuste", disse.
Os professores contaram com o apoio de estudantes representados pelo vice-presidente da União dos Estudantes Secundaristas do DF, Lucas Cruz, que defendeu o fortalecimento da negociação coletiva dos trabalhadores da educação pública no Distrito Federal. No palco do ato político, ele cobrou condições de trabalho justas e dignas aos trabalhadores jovens. "A gente precisa refletir nesse 1º de maio sobre a juventude trabalhadora, aquela, entre outros jovens, que está entregando comida pelos aplicativos. Essa juventude, hoje, não tem direitos". O estudante Lucas ainda condenou as mudanças propostas pelo Novo Ensino Médio com a pretensão de colocar o jovem no mercado de trabalho. "O Novo Ensino Médio é um ataque à nossa juventude. Eles [governantes] precisam entender que a juventude tem sonhos e que a escola precisa abranger todos os sonhos dessa juventude".
Movimentos feministas também marcaram presença no ato. A professora do ensino superior privado e militante de um partido político no Distrito Federal, Lêda Freitas, pediu união e organização dos trabalhadores para defender uma vida mais digna e melhores condições de trabalho. "Queremos que classe trabalhadora se organize muito mais. Temos uma longa luta. Vivemos uma era de capitalismo, neoliberal, rentista [que vive de rendas], com muita exploração, muita precarização da mão de obra. E nós da classe que vive do trabalho, precisamos de mais união, mais mobilização para enfrentar essa lógica que tira nossos direitos".
Em um dos stands montados na praça da Ceilândia, o da Marcha das Margaridas, movimento organizado que mobilizará trabalhadoras rurais de todas as regiões do país, outras mulheres vestidas de lilás defenderam as trabalhadoras do campo e da floresta. A servidora pública Ana Paula Cusinato enumerou violações de direitos. "Nós, mulheres do campo e das cidades, passamos seis anos com retrocessos na aposentadoria, na assistência, como um todo, saúde, cuidados, entre outros. E também, houve a liberação e o aumento do uso de agrotóxicos que matam ou deixam doentes trabalhadoras e trabalhadores rurais. Há, ainda, questões da agricultura familiar que foram sucateadas no governo passado. Temos, agora, a esperança de recompor os direitos que foram conquistados ao longo de muitos anos de luta". A 7ª Marcha das Margaridas ocorrerá nos dias 15 e 16 de agosto, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com a previsão de reunir milhares de mulheres rurais de todo o país.
Fonte: Agência Brasil