As forças de segurança pública de Alagoas não tĂȘm medido esforços para ajudar no enfrentamento à violĂȘncia contra a mulher e também tĂȘm auxiliado às vítimas de diversas formas. Na terceira reportagem especial alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, 8 de março, confira informações sobre o trabalho de assistĂȘncia às vítimas desenvolvido por forças de segurança do estado.
Denunciar um caso de violĂȘncia no território alagoano ficou ainda mais fĂĄcil com a implantação do aplicativo Salve Maria, que chegou ao estado através de um acordo de cooperação técnica entre o Governo do Estado do Piauí e a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas, que fez parceria com a Secretaria da Segurança Pública para a implantação da plataforma.
A SSP realizou os procedimentos técnicos para garantir o funcionamento do aplicativo, junto aos serviços das Polícias Militar e Civil. O aplicativo é um dos canais de combate à violĂȘncia contra a mulher e tem prioridade no atendimento. Qualquer alagoana que se sentir ameaçada ou estiver em situação de perigo pode buscar o auxílio das forças policiais através app, que estĂĄ disponível para download no Google Play e na Apple Store.
Assim que a ocorrĂȘncia entra no sistema do aplicativo através da opção "botão do pânico", ela é recebida pelos atendentes da Central 190, que direcionam para a mesa do operador responsĂĄvel pelo patrulhamento da ĂĄrea onde o fato estĂĄ sendo registrado. De imediato, as guarnições que estão nas proximidades são acionadas com atendimento prioritĂĄrio. Essa preferĂȘncia ocorre também quando o fato é noticiado através do próprio 190.
Cuidado através do Disque Denúncia
O canal do Disque-denúncia, o 181, também tem recebido informações sobre casos de violĂȘncia contra a mulher. Em julho do ano passado, a equipe fez parceria para passar a receber informações deste tipo de ocorrĂȘncias e encaminhĂĄ-las à Patrulha Maria da Penha. No total, jĂĄ foram catalogadas 238 denúncias deste tipo de crime.
De acordo com a coordenadora do serviço de atendimento, Eliane Araújo, elas também são tratadas com prioridade e as equipes são enviadas a campo rapidamente. "O nosso maior objetivo é preservar a vida das vítimas e sabemos que lutamos contra o tempo, por isso é primordial que atuemos da forma mais rĂĄpida e eficiente possível", afirmou ela.
Atendimento humanizado
Além do 181 e do 190, a SSP também contribui com o atendimento humanizado das vítimas, em especial àquelas que sofreram violĂȘncia sexual. O Corpo de Bombeiros Militar, por exemplo, criou um procedimento operacional padrão de assistĂȘncia nas ocorrĂȘncias, desde o recebimento da informação até o encaminhamento à unidade de saúde, caso seja necessĂĄrio.
Os militares realizam o atendimento pré-hospitalar e jĂĄ orientam às vítimas para preservar as possíveis provas de crime e como proceder junto às autoridades policiais. Os bombeiros também dão suporte emocional e atencioso. Além desses serviços e das Salas LilĂĄs instaladas nos Cisps, delegacias e no Instituto Médico Legal de Maceió, a SSP também implantou postos avançados no Hospital da Mulher, na capital, e na Unidade de EmergĂȘncia do Agreste, localizada em Arapiraca, para o acolhimento necessĂĄrio às vítimas de violĂȘncia doméstica e sexual.
A implantação foi realizada pela Polícia Científica numa parceria com a Rede de AssistĂȘncia às Vítimas de ViolĂȘncia Sexual (Ravs). O espaço oferece às vítimas acompanhamento de psicólogos, assistentes sociais, e ginecologistas, além de contar com peritos e técnicas forenses para realização de exames com equipamentos de última geração e que podem comprovar crimes de abuso sexual. No local, a Polícia Civil também disponibiliza atendimento para registro de Boletim de OcorrĂȘncia.
Os Laboratórios de Genética e Química do Instituto de Criminalística da Polícia Civil também tĂȘm exercido um importante trabalho no combate aos crimes contra mulheres em Alagoas. As unidades realizam exames de confronto de DNA em amostras de material genético coletados nas vítimas com o de suspeitos e do banco de perfil genético, como também exames toxicológicos para identificação de medicamentos, ou qualquer outro tipo de entorpecentes que por ventura tenham sido utilizados para facilitar o ato criminoso voltado à violĂȘncia sexual.
"A violĂȘncia contra a mulher é uma das principais barreiras que a sociedade vai ter que ultrapassar para se dizer minimamente digna e pacífica. A responsabilização dos agressores é o caminho para eliminar essa chaga social e a Polícia Científica tem papel fundamental nisso," afirmou o perito-geral Manoel Melo Filho.