O mais preocupante, segundo o oftalmologista Roberto Galvão Filho, presidente da SBG, é que 70% dessas pessoas não sabem que sofrem com a doença, que pode ser definida como uma elevação da pressão intraocular que danifica o nervo óptico.
A dificuldade de se comunicar com a população para alertar sobre os riscos do glaucoma e novas formas de tratamento estão entre os temas que a SBG vai discutir no 20Âș Simpósio Internacional, que acontece de 9 a 11 de março, em Porto de Galinhas, na Bahia. Cerca de 500 especialistas devem participar.
"Para a gente tratar bem, a gente tem que saber onde estĂĄ o glaucoma, que tipo de glaucoma atinge mais o brasileiro e em que faixa etĂĄria ele é mais severo. A gente precisa fazer essas avaliações e definir qual é o melhor tipo de tratamento que a gente deve fazer em cada região do paĂs".
Galvão adianta que um dos objetivos do encontro é elaborar uma proposta de tratamento para ser encaminhada a secretarias de saĂșde e ao governo federal. "Vai ter região do paĂs em que é mais eficiente o tratamento com colĂrio. Vai ter região em que é melhor o tratamento com laser. E vai ter região em que são os dois. A gente vai ter um dia de reunião para conversar sobre isso e tentar criar uma proposta de tratamento que seja a melhor possĂvel para o Brasil".
O médico alerta que é preciso estar atento a fatores de risco para o glaucoma – o principal deles é haver histórico na famĂlia. Ele afirma que a doença é mais incidente em pessoas negras e afrodescendentes, pessoas com diabetes e hipertensão, com miopia, e usuĂĄrios de remédios à base de corticóide.
"Independentemente de qualquer coisa, o ideal é ir ao oftalmologista uma vez ao ano. E, no consultório, a gente consegue detectar o glaucoma em fases mais precoces, quando é mais fĂĄcil tratar".
Os tratamentos do glaucoma em fase inicial, com colĂrio ou laser, tem por objetivo baixar a pressão no olho e mantĂȘ-la sob controle lentamente. Quando a doença estĂĄ mais avançada, muitas vezes é preciso uma intervenção cirĂșrgica para baixar a pressão de forma mais abrupta.
"A maioria dos pacientes com glaucoma são idosos, embora possa aparecer em qualquer idade, desde bebĂȘs. Ele começa a ser mais comum a partir dos 40, e tem seu pico de incidĂȘncia entre os 60 e 70 anos".
Fonte: AgĂȘncia Brasil