Depois de quase cinco horas de trabalhos, a Polícia Científica de Alagoas concluiu, com sucesso, a reprodução simulada realizada na tarde de terça-feira (14), no munícipio de Arapiraca. As atividades periciais são parte de uma série de exames que estão sendo realizados e fazem parte do inquérito policial que apura a morte do adolescente Danilo Fernando da Silva, de 17 anos, ocorrida em novembro de 2021.
A reprodução foi realizada em um trecho da rodovia AL-115 e em uma estrada vicinal de acesso ao povoado Barreiras, na zuna rural de Arapiraca. A equipe formada por sete peritos criminais e outros colaboradores do IC percorreu todo trajeto da perseguição, remontando cada passo até o local onde o adolescente foi abordado e atingido por um único disparo de arma de fogo que o levou à morte.
Um jovem com características semelhantes a do adolescente fez o papel de Danilo na simulação, e a moto usada por ele também foi utilizada na reprodução. Os peritos utilizaram vários equipamentos e até um drone para reproduzir e gravar, separadamente, as versões de cada um dos quatro policiais que estavam na viatura no dia da abordagem.
Para garantir a transparência e a lisura dos trabalhos, os advogados de defesa e acusação acompanharam a ação dos peritos. À distância, familiares e amigos do adolescente morto também puderam acompanhar a reprodução simulada, que contou com apoio de policiais civis da Delegacia de Homicídio de Arapiraca e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre). Agentes da SMTT ajudaram a controlar o trânsito.
Laudo e novos exames
Segundo o chefe especial do Instituto de Criminalística, Wellington Melo, um dos setes peritos que participou da reprodução, a partir de agora, a equipe irá analisar todo o material produzido nos trabalhos de campo para concluir o laudo. Ele também confirmou a solicitação de outros exames periciais referente ao mesmo inquérito policial.
"Neste caso, além da reprodução simulada, foram solicitados também exames de balística, papiloscopia e de genética forense em vestígios que fazem parte das investigações. A expectativa é que todos os laudos referentes a esses exames fiquem prontos e sejam entregues à delegacia em até 30 dias", afirmou Wellington Melo.
Laboratório móvel
Esta foi a primeira vez que o Instituto de Criminalística usou a unidade móvel de perícia da Polícia Científica, um laboratório ambulante destinado à persecução penal, através da atuação das equipes dos Laboratórios de Genética e Química Forense em locais de crime. O veículo, doado pela Secretaria de Estada da Segurança Pública, permite aos peritos oficiais transportar equipamentos portáteis para a realização de exames que necessitem ser realizados em diferentes ocasiões.