Que o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, é referência em Urgência e Emergência de Média e Alta Complexidade não é novidade, mas ainda há quem não saiba que a unidade conta com o serviço de Hemodinâmica. Esse procedimento diagnostica e trata doenças do coração e dos vasos sanguíneos, por meio de catéteres e que somente este ano já foram realizados 165 cateterismos e doze angioplastias coronárias.
O cateterismo é um exame de diagnóstico e a angioplastia é um tratamento médico indicado para desobstruir as artérias do coração, pois o procedimento desobstrui placas de gordura das artérias coronárias, normalizando o fluxo sanguíneo. Esse último é feito através do cateterismo cardíaco, quando é colocado um stent, que é um dispositivo que ajuda a manter a artéria aberta e evita que se feche novamente.
"São intervenções importantes para o tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio [IAM], pois conseguimos, através da angioplastia, abrir lesões, dilatar vasos do coração e colocar um dispositivo, que nada mais é do que uma rede de pequenas estruturas mínimas capazes de dilatar e abrir os vasos", explicou o cardiologista intervencionista e hemodinamicista Hélder Marx.
Beneficiada
A dona de casa Maria de Lourdes da Silva Santos, de 53 anos, está internada na Unidade de Dor Torácica (UDT) se recuperando de um cateterismo e duas angioplastias. Foi admitida no último dia 23 de janeiro, submetida a vários exames que resultaram no diagnóstico de infarto e doença arterial coronariana. Ela já convivia com a diabetes e a hipertensão, e não praticava atividade física.
"Em novembro fiz um ecocardiograma e foi observado uma alteração. Busquei um cardiologista na minha cidade, que solicitou mais exames. Eu ia marcar eles agora, mas, quando fui matricular meu filho na escola, voltei cansada e meu marido disse para eu dormir. Quando acordei, fui comer e vomitei. Fiquei angustiada e me levaram ao hospital. Quando o médico me examinou, falou que eu precisava vir ao HGE. Nessa hora eu fiquei mais aperreada ainda", lembrou a dona de casa, que reside em Coruripe.
O medo de Maria de Lourdes é por achar que ir ao HGE significava que seu estado de saúde era muito grave e, ao mesmo tempo, temia como seria o acolhimento durante a sua admissão. Mesmo assim, ela aceitou a transferência e foi recebida pela equipe da Observação Cardiológica, que solicitou o internamento e demais assistências necessárias para a recuperação da sua saúde.
"Quando cheguei, fiquei muito surpresa com o atendimento. Fui muito bem atendida, vi que o hospital não era nada daquele "bicho de sete cabeças" que diziam na minha cidade. Agora só penso em ir para casa, desestressar menos, ser mais positiva, cuidar mais da minha alimentação, curtir a minha família e dar mais valor à vida", completou a coruripense, com gratidão.
Após a angioplastia, todo paciente precisa ficar internado para diminuir o risco de hemorragia e para que o médico possa realizar novas avaliações. No entanto, é possível que volte para casa em menos de 24 horas, com recomendações, como evitar esforços, subir escadas ou fazer atividades físicas. Também é importante que beba muito líquido para ajudar na recuperação e na eliminação do contraste usado no procedimento.
"Outros cuidados importantes são manter os vasos sanguíneos saudáveis com o uso correto dos medicamentos indicados pelo médico especialista. Se é fumante, pare imediatamente de fumar. É importante que mantenha os níveis de colesterol adequados, que a alimentação seja balanceada, que o peso seja controlado e que outras doenças, como a diabetes e a hipertensão, sejam monitoradas constantemente", orientou o hemodinamicista do HGE Hélder Marx.