O ministro salientou que não existe nenhum impedimento para que o Brasil pleiteie uma adesão em conformidade com seus interesses. "Não hĂĄ uma rigidez que é tudo ou nada, vocĂȘ tem espaço para discussão. O Brasil pode fazer mudanças no seu pedido. Assim como os outros paĂses também podem", explicou, após se reunir com o secretĂĄrio-geral da OCDE, Mathias Cormann, no Fórum Econômico Mundial de Davos, na SuĂça.
"Essa aproximação estĂĄ acontecendo naturalmente. Vou ver com o Itamaraty e a PresidĂȘncia da RepĂșblica os próximos passos", disse o ministro.
Em entrevista, o ministro da Fazenda destacou que a agenda internacional do Brasil - nos próximos anos - vai ser muito complexa, uma vez que o paĂs vai assumir a presidĂȘncia de diversos organismos multilaterais, como o grupo do G20, que reĂșne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia, no final deste ano; e a presidĂȘncia dos Brics (Brasil, RĂșssia, Ăndia, China e África do Sul). Esta Ășltima prevista é para 2024, mas foi adiada em um ano, a pedido do governo brasileiro. HaverĂĄ, ainda, uma retomada mais intensa nas relações com o Mercosul.
"Até adiamos a presidĂȘncia dos Brics para não coincidir com a do G20 para que a gente possa fazer um bom trabalho em cada oportunidade que aparecer", justificou.
Segundo o ministro da Fazenda, é preciso desenhar uma polĂtica voltada para a participação do Brasil nesses mecanismos multilaterais. Ele disse, a seguir, que o governo vai fazer reuniões especĂficas com o presidente Lula para que ele possa orientar as ações do Itamaraty e demais ministérios.
"A relação do Brasil com o mundo é muito complexa, envolve muitos fóruns. O Brasil assume a presidĂȘncia do G20, depois a dos Brics, do Mercosul. [O paĂs] tem uma participação intensa em todos os fóruns e participa de todas as organizações multilaterais. Então, precisa desenhar uma polĂtica e isso vai ser feito com o Itamaraty e aĂ os ministérios se alinham à determinação do presidente da RepĂșblica", afirmou.
O ministro fez um balanço da participação do Brasil no Fórum de Davos. Segundo Haddad, o resultado foi positivo e o paĂs conseguiu levar uma mensagem de tranquilidade para a comunidade internacional, após os ataques golpistas do dia 8 de janeiro Ășltimo.
"Saio satisfeito com o que ouvi sobre o Brasil e acho que cheguei aqui surpreso com o grau de preocupação com o Brasil. Penso que as mensagens da Marina Silva [ministra do Meio Ambiente] e a minha foram no sentido de mostrar que o Brasil segue forte e as pessoas ficaram felizes de ouvir isso", disse.
"Não hĂĄ motivo para o mundo ter preocupação. Os ataques estão sendo enfrentados com a dose certa e legal", finalizou.
Fonte: EBC