A proposta de nova âncora fiscal estĂĄ prevista na Emenda Constitucional da Transição, que determina que o governo deve encaminhar um projeto de lei complementar ao Congresso Nacional até agosto.
Haddad disse que, além de rever as medidas adotadas no governo anterior, vai propor novas medidas estruturais, entre elas a reforma tributĂĄria. Para Haddad, o arcabouço fiscal é uma parte da "lição de casa" e um pressuposto para o desenvolvimento, mas não um "fim em si mesmo".
"VocĂȘ tem que estar com as contas arrumadas, mas para desenvolver o paĂs vocĂȘ precisa de uma polĂtica proativa de mapear as possibilidades do paĂs, onde é que vocĂȘ vai investir em ciĂȘncia e tecnologia, como é que vocĂȘ vai repensar a matriz energética, qual o tipo de indĂșstria que vocĂȘ quer atrair para o seu território. O fiscal é uma parte da lição de casa, mas ela não é a agenda econômica completa se vocĂȘ for pensar em desenvolvimento sustentĂĄvel, afirmou Haddad, que participou, no âmbito do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na SuĂça, do Painel Brazil: A New Roadmap.
Ele também falou sobre os encontros com o ministro saudita do Investimento, Al-Fahli, para discutir parcerias com o Brasil.
"Estive com o governo saudita, que tem jĂĄ parceria com empresas e bancos brasileiros e tem interesse em investir no Brasil, sobretudo em parcerias pĂșblico-privadas e em concessões. Eles tĂȘm fundo de investimento e estão atentos a todos os editais e parceria que o governo brasileiro e estados e municĂpios vão lançar no próximo perĂodo", disse.
O ministro também comentou sobre reunião com representantes da Open Society Foundations, rede fundada que apoia financeiramente grupos da sociedade civil em todo o mundo, com quem discutiu agendas voltadas para a questão ambiental, e com Ian Bremmer, da consultoria Eurasia, em que foram pautados temas focados na geopolĂtica, como a relação do Brasil no novo contexto de guerra comercial entre Estados Unidos e China, a questão da guerra na Ucrânia e a participação da América Latina no comércio e a indĂșstria mundial.
"AĂ hĂĄ uma convergĂȘncia sobre os assuntos tratados: a questão da indĂșstria automobilĂstica de Ășltima geração, a questão do motor hĂbrido, do hidrogĂȘnio verde, da questão do etanol que pode servir de eixo para a industrializar o paĂs e mesmo a questão do agronegócio. Se tiver alcance de perceber que eles também dependem de insumos industriais, nós temos aĂ também uma chance de industrializar o paĂs", afirmou.
Segundo Haddad, a participação dele e da ministra do Meio Ambiente e Mudança ClimĂĄtica, Marina Silva, serviu para tranquilizar os participantes do fórum sobre a situação polĂtica no paĂs, O ministro disse que houve muita preocupação de integrantes do fórum com os ataques golpistas às sedes dos TrĂȘs Poderes, no Ășltimo dia 8.
"Vim para cĂĄ com a Marina e tranquilizar a comunidade internacional que o Brasil estĂĄ funcionando, voltou para o jogo democrĂĄtico e voltou a pensar grande, voltou à mesa das grandes nações que buscam desenvolvimento com justiça social e liberdades polĂticas", disse.
Fonte: EBC