"HĂĄ uma diretriz do comandante das Forças Armadas que é o presidente da RepĂșblica e claro que essa diretriz serĂĄ cumprida nas próximas horas, acerca dessa condição de haver uma sede fĂsica para esses atos, que não são atos de Ăndole puramente polĂtica. O ministro MĂșcio, com certeza, vai tomar as providĂȘncias, declarou.
"Faço questão de reiterar que as pessoas que participaram desses eventos, que neste momento ainda estão em flagrante, estejam onde estiverem serão presas. Se estarão na frente do quartel, perto do quartel, ao lado do quartel, pouco importa porque elas estão tecnicamente em flagrante", afirmou.
Dino ressaltou que os vândalos acabaram de cometer crimes graves, cuja pena vai até 12 anos, no caso de golpe de Estado. "Se nós colocarmos os crimes de dano, inclusive ao patrimônio histórico, e de agressões fĂsicas, falamos de penas que com certeza podem ultrapassar até 20 anos", lembrou.
O ministro descartou a tomada de medidas imediatas contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por omissões em relação à depredação das sedes dos TrĂȘs Poderes, em BrasĂlia. Segundo ele, qualquer medida contra o governador dependerĂĄ das investigações.
"Não hĂĄ esse planejamento [de tomar medidas diretas contra o governador Ibaneis Rocha] porque isso dependerĂĄ das investigações que serão feitas pelas PolĂcias JudiciĂĄrias. O governador Ibaneis vai politicamente prestar os esclarecimentos que considerar cabĂveis e não hĂĄ o planejamento de qualquer ação em relação ao governador Ibaneis", disse Dino, em entrevista coletiva.
Segundo o ministro, o governador do Distrito Federal baseou-se em informações erradas sobre o poder dos extremistas nos atos de hoje. "Ele [Ibaneis] trabalhou com a gente antes da posse. Temos um trabalho de colaboração", afirmou FlĂĄvio Dino, dizendo não acreditar que Ibaneis tenha agido de mĂĄ-fé.
Ele também criticou a mudança de planejamento nas operações de segurança para hoje e disse só ter sabido das alterações pela imprensa. "Não houve comunicação [por parte do Governo do Distrito Federal] de mudança de planejamento. Soube da informação por meio da imprensa. Questionei ele [Ibaneis] ontem (7), questionei novamente hoje e disse que não estava correto", disse o ministro.
SecretĂĄrio de Relações Institucionais da PresidĂȘncia da RepĂșblica, Antônio Padilha, disse ter sido informado de que havia, nas invasões, terroristas com a intenção de colocar e deixar artefatos explosivos e bombas nos prédios dos TrĂȘs Poderes "para afetar ainda mais pessoas".
"Vamos agora recolher provas materiais visando a responsabilidade criminal. Sabemos que o objetivo de quem financiou esses atos não era apenas o depredar, mas de mobilizar outros atos pelo paĂs, de forma a viabilizar um golpe que não reconhecesse o processo eleitoral. Vamos atrĂĄs de quem financia o terrorismo em nosso paĂs", declarou.
Fonte: AgĂȘncia Brasil