"O descaso e a conivĂȘncia do ex-ministro da Justiça e Segurança PĂșblica e, até então, secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal, Anderson Torres – cuja responsabilidade estĂĄ sendo apurada em petição em separado – com qualquer planejamento que garantisse a segurança e a ordem no DF, tanto do patrimônio pĂșblico – Congresso Nacional, PresidĂȘncia da RepĂșblica e Supremo Tribunal Federal – só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do governador do DF, Ibaneis Rocha, que não só deu declarações pĂșblicas defendendo uma falsa "livre manifestação polĂtica em BrasĂlia" – mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados – como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante ao realizado nos Ășltimos dois anos, em 7 de setembro em especial, com a proibição de ingresso na Esplanada dos Ministérios pelos criminosos terroristas; tendo liberado o amplo acesso", destacou o magistrado.
Moraes determinou ainda a desocupação total do acampamento bolsonarista em frente ao Quartel do Exército, na ĂĄrea central de BrasĂlia, em até 24 horas. Os que insistirem, alerta o ministro, poderão ser presos em flagrante e enquadrados em pelo menos sete crimes diferentes. "Determino a desocupação e dissolução total, em 24 (vinte e quatro) horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos quartéis generais e outras unidades militares para a prĂĄtica de atos antidemocrĂĄticos e prisão em flagrante de seus participantes pela prĂĄtica dos crimes previstos nos artigos 2ÂȘ, 3Âș, 5Âș e 6Âș (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei nÂș 13.260, de 16 de março de 2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, § 1Âș, III (perseguição), 286 (incitação ao crime)".
A desocupação deverĂĄ ser feita pelas polĂcias militares dos estados e Distrito Federal, com o apoio da Força Nacional e PolĂcia Federal se necessĂĄrio, devendo o governador do estado e DF ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.
Em vĂdeo divulgado ontem (8) a noite, Ibaneis Rocha pediu desculpas aos chefes dos TrĂȘs Poderes. Segundo o governador afastado, não se imaginava que os atos tomariam tal proporção. "Quero me dirigir aqui, primeiramente ao presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva, para pedir desculpas pelo que aconteceu hoje em nossa cidade. Para a presidente do Supremo Tribunal Federal [Rosa Weber], ao meu querido amigo Arthur Lira [presidente da Câmara], ao meu querido amigo Rodrigo Pacheco [presidente do Senado]", disse.
Ontem, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva anunciou a publicação de um decreto que prevĂȘ a intervenção na ĂĄrea de segurança pĂșblica do governo do Distrito Federal (GDF). A intervenção vai até 31 de janeiro deste ano.
Fonte: AgĂȘncia Brasil