Cristiane lamentou que ainda ocorram no Brasil situações como a da casa de acolhimento particular de Crato (CE), onde boa parte das mulheres internadas com problemas mentais tinha sido abandonada pelas famĂlias e se encontrava em cĂĄrcere privado e, mesmo depois da prisão do gestor da unidade, 75% das famĂlias não quiseram resgatĂĄ-las. "As famĂlias devem valorizar os idosos", afirmou a ministra. Para isso, defendeu a convivĂȘncia entre crianças e jovens com os idosos da famĂlia, para que possam aprender com suas experiĂȘncias e vivĂȘncias.
Costa citou também a PolĂtica Nacional de Cuidados, elaborada pelo ministério em conjunto com os ministérios da SaĂșde, Educação, Cidadania, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), sociedade civil, secretarias de SaĂșde e de AssistĂȘncia Social. O programa estĂĄ pronto, foi repassado para o próximo governo e deverĂĄ ser implantado em todo o paĂs, disse o secretĂĄrio.
Costa disse que torce para que o Brasil dĂȘ certo. "O meu sonho é que o próximo presidente, que vai começar no dia 1Âș [de janeiro] com sua equipe, possa criar, nos quatro anos que ele vai ficar, um programa de Estado brasileiro para o enfrentamento do envelhecimento no nosso paĂs que, infelizmente, ainda não caiu na ficha do nosso Congresso Nacional. As pessoas ainda não estão crendo que o paĂs estĂĄ envelhecendo. O maior desafio que eu vejo é a expectativa de vida, quando os homens vão viver até 88, 89 anos, e as mulheres mais de 100, e nada vai se fazer, porque a aposentadoria ocorre aos 65 anos".
O secretĂĄrio ressaltou a necessidade de se trabalhar o envelhecimento a partir dos 35 ou 40 anos, para que, dentro das possibilidades, a população possa cuidar das comorbidades, porque o grande desafio é que o envelhecimento brasileiro ocorre com 72% a 75% de comorbidades (diabetes, pressão alta, demĂȘncia, Alzheimer), "e nada se tem feito até agora para isso". Segundo Costa, esse trabalho deve ser feito por meio do Sistema Ănico de SaĂșde (SUS), tendo em vista que "a população idosa representarĂĄ, em pouco tempo, um terço da população total" e "é preciso trabalhar a proteção e a defesa da pessoa idosa".
O ministério também entregou hoje (22) o 1Âș PrĂȘmio LiterĂĄrio de Redações e o 2Âș PrĂȘmio LiterĂĄrio de Crônicas, promovidos pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI). O primeiro prĂȘmio é voltado para alunos do ensino médio da rede de escolas pĂșblicas do Brasil, enquanto o segundo abrange crônicas produzidas por pessoas idosas, com idade igual ou acima dos 60 anos.
Ambos os prĂȘmios tiveram como tema "O papel da pessoa idosa no século XXI". Foram premiados os autores das cinco melhores redações e crônicas. Os vencedores do 1Âș PrĂȘmio LiterĂĄrio de Redações foram Nycolas Verly da Silva, Laiza Vitoria Batista Castanho, Yasmim Thainara Sena de Oliveira, Debora LetĂcia Silva Campos e Ruanne de Jesus Pereira. JĂĄ o 2Âș PrĂȘmio LiterĂĄrio de Crônicas teve como vencedores Luiz Claudio Machado de Santana, Ronaldo Carvalho de Sousa, Ney de Freitas Filho, Angela Maria Rocha e FĂĄtima Soares Rodrigues.
Durante o evento, foram diplomados cinco estados Amigos da Pessoa Idosa (São Paulo, CearĂĄ, Roraima, Mato Grosso e ParanĂĄ), que se destacaram na implementação da PolĂtica da Pessoa Idosa nos Ășltimos quatro anos, em especial na ampliação de conselhos estaduais e municipais dos direitos da pessoa idosa e dos Fundos da Pessoa Idosa.
Fonte: AgĂȘncia Brasil