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Políticas Públicas

Encontro Estadual discute políticas públicas para Economia Solidária em Alagoas


O Fórum Alagoano de Economia Solidária (Faes), com o apoio da Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego (Sete) e do Conselho Estadual de Economia Solidária, promove, nos dias 14 e 15 de dezembro, das 9h às 16h, o Encontro Estadual da Economia Solidária.

Realizado no auditório da Escola de Governo do Estado de Alagoas, no Centro de Maceió, o evento vai reunir representantes de empreendimentos econômicos solidários de toda Alagoas, e de gestores municipais que atuam com o segmento. Na programação estão previstas palestras formativas, grupos de trabalho e análise de documentos. Esse é o primeiro encontro presencial realizado desde o começo da pandemia e tem como objetivo, além da socialização das boas práticas e fortalecimento do movimento, discutir a criação do Plano Estadual de Economia Solidária, que visa a implementação de políticas públicas para o desenvolvimento da Economia Solidária em Alagoas e traçar diretrizes para o ano de 2023.

A secretária de Estado do Trabalho e Emprego, Patrícia Mourão, ressaltou a importância da mobilização do setor para dar voz aos grupos. "Nos últimos anos, os empreendimentos sofreram com a ausência de apoio e a falta de recursos, além do fator pandemia. Encerraremos 2022 com a perspectiva da criação de políticas públicas eficientes, já que o encontro vai gerar um documento com diretrizes. Esperamos que, em 2023, possamos fortalecer a economia solidária em Alagoas, que é um instrumento de combate à pobreza, geração de emprego e renda, além de levar autoestima e autonomia às mulheres que, em grande maioria, atuam no segmento da economia solidária", afirmou Patrícia.

Para o presidente do Conselho Estadual de Economia Solidária e membro do Fórum Estadual, Edimir Francisco, o evento representa a retomada da luta e do trabalho dos empreendimentos de economia solidária. "O encontro vai permitir rearticular esses grupos e, além disso, pensar um plano de desenvolvimento que permita a formação, comercialização, crédito solidário e políticas públicas efetivas para as associações, cooperativas e grupos que ainda não são formalizados, mas atuam de forma coletiva com a produção e geração de renda para pessoas que vivem nas comunidades", explica Edimir.

GERAÇÃO DE RENDA E CIDADANIA

"Eu tinha me separado, não tinha um trabalho e morava com meus filhos. Minha mãe, que tinha uma barraca de roupa na feira em Palmeira dos Índios, me dava o dinheiro para fazer a feira. Um dia, eu passei na praça, e vi uma moça com uma barraca vendendo bonecas. A boneca era bem feia, mas naquele tempo eu achei ela muito linda. Peguei o dinheiro da feira e comprei uma boneca. Abri a boneca toda, vi os pontos de costura, e comecei a desenhar e costurar as minhas próprias bonecas", foi assim que começou o envolvimento da dona Djanira Clébia, 67, por meio do artesanato, na Economia Solidária.


Vivendo há mais de 42 anos com a produção de bonecas, Djanira faz parte da Associação das Doceiras e Artesãos de Palmeira dos Índios. Não conformada com a sua produção, passou o ofício aos netos que já atuam na confecção de bonecas e demais peças de artesanato. Djanira trouxe suas peças para exposição e venda no Encontro Estadual da Economia Solidária, além de bonecas, também conta com chaveiros e lápis personalizados.

Os integrantes do projeto CRIAR, da Unidade de Acolhimento Infantojuvenil Luiz Mariano Neto, que atua com a prevenção e tratamento aos danos causados pelo comunismo de substâncias psicoativas em jovens, trouxeram peças produzidas pelos assistidos do projeto. Além da atenção psicossocial, o projeto, que é desenvolvido no distrito de Luziápolis, no município de Campo Alegre, promove a capacitação e possibilidade da geração de renda.


"Recebemos o material e realizamos todo o processo de recorte, lixar e tratar a madeira para que possa ser utilizada na produção das peças de decoração e para a casa. Ensinamos como fazer e os alunos vão fazendo e desenvolvendo as habilidades. Atualmente estamos com 3 pessoas, mas podemos trabalhar com até 10. Além das peças de madeira, também produzimos biscoitos para venda", conta o educador social do projeto CRIAR, Italo Rauan.

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