A base do governo no Senado reuniu o nĂșmero necessĂĄrio de assinaturas para pedir a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar eventuais irregularidades em obras pĂșblicas iniciadas e não concluĂdas entre 2006 e 2018. O requerimento de criação da CPI foi apresentado pelo lĂder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ).
A CPI pedida por Portinho também quer investigar possĂveis irregularidades no Programa de Financiamento Estudantil (FIES) no mesmo perĂodo. Segundo o requerimento, informações de supostas irregularidades em obras e no FIES surgiram durante depoimento do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, na Comissão de Educação do Senado.
"Ele informou que o repasse das verbas termina sendo dificultado pela existĂȘncia de obras iniciadas hĂĄ muito tempo, e, por razões vĂĄrias, nunca concluĂda. Precisamos, pois, ir a fundo nessa questão, que seria a verdadeira causa para ser abraçada por esta Casa", afirmou Portinho em seu requerimento.
Junto ao documento, foram entregues 28 assinaturas subscrevendo o pedido de abertura da CPI. O nĂșmero mĂnimo são 27. Assinaram o requerimento senadores de partidos da base do governo e senadores de partidos de centro.
A Comissão de Educação tem se debruçado na apuração de supostos episódios de corrupção no Ministério da Educação (MEC). O depoimento de Lopes da Ponte ocorreu nesse contexto, jĂĄ que o FNDE é vinculado ao MEC. Alguns depoimentos trataram de suspeitas de corrupção no ministério, inclusive de prefeitos de trĂȘs municĂpios que afirmaram ter tido contato com pastores evangélicos que, segundo eles, pediram pagamento de propina em troca da liberação de verbas do MEC.
O requerimento de Portinho foi apresentado em meio a uma tentativa da bancada de oposição ao governo no Senado, capitaneada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de emplacar uma CPI para investigar o MEC. Ele chegou a afirmar ter as 27 assinaturas necessĂĄrias, mas alguns senadores decidiram retirar a assinatura do requerimento.
Fonte: AgĂȘncia Brasil