A PolĂcia Federal amanheceu, nesta quinta-feira (11), na residĂȘncia do prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP). Segundo informações, a ação faz parte da Operação Beco da PecĂșnia que investiga possĂveis crimes de desvio de recursos pĂșblicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação BĂĄsica (Fundeb) e Sistema Ănico de SaĂșde (SUS), que teriam ocorrido no municĂpio de Rio Largo.
Segundo as informações, os agentes federais chegaram na residĂȘncia do prefeito por volta das 6h. Além da residĂȘncia do prefeito outros endereções e repartições pĂșblicas foram visitados. Estão sendo cumpridos 35 mandados judiciais de busca e apreensão em seis municĂpios alagoanos (Maceió, Rio Largo, Messias, Paripueira, São Sebastião e Palmeira dos Ăndios) e um em São Paulo.
De acordo com as informações, Gilberto Gonçalves é suspeito de comandar um milionĂĄrio esquema de corrupção com dinheiro pĂșblico. As denĂșncias, também devem atingir a primeira dama do municĂpio, Cristina Gonçalves. As possĂveis ilegalidades teriam ocorrido nas contratações e respectivos pagamentos realizados pelo municĂpio em favor de duas pessoas jurĂdicas, para aquisições de materiais de construção, peças e serviços para veĂculos, que teriam recebido de Rio Largo o valor aproximado de R$ 20.000.000,00.
Outras medidas tomadas pela justiça foi a determinação do afastamento cautelar de agentes pĂșblicos dos cargos que ocupam em Rio Largo, pelo prazo de 60 dias, além da proibição de frequentarem órgãos pĂșblicos do municĂpio, de manterem contato entre si e de se ausentarem do paĂs, devendo entregar os passaportes. Os nomes dos agentes afastados dos cargos ainda não foi divulgada.
Também foi determinada a imediata suspensão dos contratos entre as pessoas jurĂdicas e a prefeitura de Rio Largo, além do sequestro de bens móveis e imóveis para garantir o futuro ressarcimento aos cofres pĂșblicos no valor de R$ 12 milhões.
A investigação identificou que, entre 2019 e 2022, foram realizados 245 saques "na boca do caixa" de contas de tais empresas, com o valor individual de R$ 49 mil, logo após terem recebido recursos de contas do municĂpio, visando burlar o sistema de controle do Banco Central/COAF, que prevĂȘ a obrigatoriedade das instituições bancĂĄrias informarem automaticamente transações com valores iguais ou superiores a R$ 50 mil.
Para executar os desvios e a ocultação da origem ilĂcita de tais valores, foram utilizados "laranjas", tanto pessoas fĂsicas, como jurĂdicas. O nome da operação é uma referĂȘncia ao local onde a PolĂcia Federal flagrou quatro entregas de valores a pessoas vinculadas à Rio Largo, logo após terem sido sacados por duas pessoas ligadas às empresas contratadas pelo municĂpio.
Para o cumprimento das medidas, estão sendo empregados 162 policiais federais nessa fase ostensiva da Operação.
*COM ASCOM PF