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Sirene toca em SP para lembrar vítimas de Brumadinho

Às 12h28 deste domingo (26), o som de uma sirene ecoou pela Avenida Paulista, em São Paulo.

Por Voz na Comunidade em 26/01/2025 às 16:31:12

Foto: DeFato Online

Às 12h28 deste domingo (26), o som de uma sirene ecoou pela Avenida Paulista, em São Paulo. O alerta era para lembrar as 272 pessoas que morreram no rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, ocorrido há seis anos.

A escolha pelo toque da sirene é para marcar o horário em que a tragédia teve início e relembrar que, naquele mesmo dia, há seis anos, a sirene não tocou. A homenagem às vítimas da tragédia também é uma forma de denunciar a impunidade e reafirmar o compromisso com a prevenção de novos episódios.

O ato foi promovido pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti, entidade que foi criada em homenagem aos dois filhos de Helena Taliberti, que morreram em consequência do rompimento da barragem. Ambos estavam hospedados na Pousada Nova Estância, engolida pelos rejeitos.

Eles não foram as únicas vítimas da família. Aos 30 anos, Fernanda Damian, mulher de Luiz Taliberti, também teve sua vida interrompida. Ela estava grávida de cinco meses do primeiro neto de Helena. Estava presente ainda o ex-marido de Helena, pai de Camila e Luiz. Ele acompanhava a viagem junto com a esposa.

"Sou mãe da Camila e do Luiz. Sou sogra da Fernanda, que estava grávida de cinco meses do meu neto Lorenzo. Todos morreram nessa tragédia. Morreram também o pai biológico e a madrasta deles. A família toda", contou Helena Taliberti, presidente da associação, e que participou do ato hoje na Avenida Paulista. "Não é um luto normal porque sabemos que é um luto que poderia ter sido evitado. Eles poderiam estar aqui conosco. A gente sabe que isso ocorreu por negligência e ganância. A dor é diária. Ela está no nosso cotidiano por causa da ausência deles e pela impunidade", denuncia.

A programação do ato teve início às 10h da manhã com distribuição de sementes de girassóis, intervenção artística e uma ação de plantio de mudas e pintura em argila com crianças.

Não esquecer

"Esse é um ato para lembrar o ocorrido e não deixar que ele caia no esquecimento. O esquecimento é um perigo para que novas tragédias possam acontecer. Estamos aqui relembrando aquele momento, dos seis anos de rompimento daquela barragem", disse Marina Kilikian Rossi, coordenadora de projetos do Instituto Camila e Luiz Taliberti. "Este também é um ato para honrar a memória das vítimas e por pedido de Justiça. Este é outro fator que faz com que grandes tragédias ocorram novamente", acrescentou.

Marina relembrou que a tragédia não afetou apenas as famílias de todas essas vítimas. Houve também danos e prejuízos territoriais, sociais, econômicos e ambientais. "Não foi só perda humana. Houve perda ambiental, que afetou o substência de muitas pessoas, como as que viviam do rio, da agricultura, da pesca. E teve prejuízos também à água, que foi contaminada e eles precisaram ser abastecidos com água vindo de fora porque estava tudo contaminado ali", ressaltou.

"Fazemos esse ato todos os anos aqui na Avenida Paulista, fora de Minas Gerais, justamente para ampliar a conscientização da sociedade sobre o que aconteceu e o que está acontecendo. Fazer esse ato é trazer a memória. E quando você constrói a memória, você não deixa que essa tragédia seja esquecida e luta para que ela não se repita e, principalmente, para que a morte deles não tenha sido em vão", conclui Helena.

Durante o evento também foram coletadas assinaturas para o manifesto Basta de impunidade: Justiça por Brumadinho, para pressionar por celeridade dos processos sobre o rompimento da barragem..

Fonte: Agência Brasil

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