Confinados há cinco dias na Barra de São Miguel, os 11 vereadores que formam o G-11, grupo majoritário na Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios, seguem alinhando estratégias para a eleição da nova Mesa Diretora da Casa, que tomará posse amanhã, 1º de janeiro. Sob a liderança de Madson Monteiro, futuro presidente, a composição inclui Maxuel Feitosa como vice-presidente, Gileninho Sampaio como primeiro secretário e Geraldinho Ribeiro como segundo secretário.
Ontem, em uma publicação em redes sociais, Geraldinho Ribeiro compartilhou imagens dos vereadores, numa saidinha rápida, ajustando os ternos de posse em uma loja de grife na capital, Maceió. A postagem vai além de um registro casual: traz uma mensagem subliminar que deixa entrever os rumos políticos que o G-11 pretende tomar. Os "últimos ajustes" do vestuário parecem metaforizar os preparativos para o enfrentamento político que espera a prefeita eleita, Luisa Duarte, logo em seu primeiro dia de governo. Após a ida ao shopping, os futuros edis participaram de um rega-bofe de frutos do mar na Massagueira, antes de chegar ao confinamento na Barra de São Miguel.
Câmara sem orçamento aprovado e clima de tensão política.
A nova legislatura da Câmara de Palmeira dos Índios, composta exclusivamente por homens, será empossada às 9h de amanhã. Contudo, Luisa Duarte, que assume a Prefeitura no mesmo dia, enfrentará um cenário de incertezas: o orçamento de 2025 ainda não foi votado e aprovado pelos vereadores. Esse impasse sinaliza uma estratégia clara do G-11, que busca assegurar maior participação política no Executivo em troca da aprovação do orçamento.
A ausência de mulheres na composição legislativa, em contraste com a liderança feminina no Executivo, também desperta debates sobre a representatividade na política local. Com essa configuração, o diálogo entre os dois poderes ganha contornos de confronto, especialmente diante do peso político do G-11 e das demandas por espaço no governo.
Confinamento estratégico e alinhamento de forças
O retiro na Barra de São Miguel, onde os vereadores estão reunidos desde a última semana, reflete o movimento estratégico do grupo em consolidar sua unidade e alinhar os próximos passos. Essa articulação é fundamental não apenas para a eleição da Mesa Diretora, mas também para os embates políticos que virão, especialmente com uma prefeita estreante na gestão pública.
O futuro presidente da Câmara, Madson Monteiro, terá papel decisivo nesse cenário, equilibrando as demandas do Legislativo com as negociações que devem ocorrer com a prefeita. A pressão pela votação do orçamento será o primeiro grande teste da nova gestão municipal e legislativa.
Expectativas e desafios
A posse de Luisa Duarte, a primeira mulher a assumir a Prefeitura de Palmeira dos Índios, ocorre sob grande expectativa popular. Contudo, o G-11, com sua postura de força, poderá definir os rumos da relação entre os poderes. Para a população, o maior desafio será acompanhar como esses movimentos políticos impactarão diretamente a governança da cidade e as prioridades para 2025.
O embate entre o Executivo e o Legislativo promete marcar o início do ano político em Palmeira dos Índios, com reflexos significativos na administração pública e nos serviços prestados à população. Enquanto isso, os vereadores do G-11 já sinalizam que estão prontos para o jogo de poder que se desenha.
Tribuna do Sertão