O esperado pagamento da primeira parcela do 13º salário deve ser feito até o dia 30 de novembro aos trabalhadores com carteira assinada. Neste ano, a data cai em um sábado, por isso, pode ser antecipada para a sexta, dia 29. Já a segunda e última parcela tem que ser paga até o dia 20 de dezembro.
O 13º salário é pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos, aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios.
Mas como aproveitar da melhor forma esse dinheiro extra? Gastar, pagar dívidas ou investir? Para Adans Alberto Rocha, professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera, é essencial que todos tenham cautela com o valor extra, aproveitando para um planejamento que já antecipe 2025.
"Antes de decidir como usar o 13º, é fundamental fazer um levantamento detalhado das finanças. Se você tem dívidas, especialmente com altos juros, como cartão de crédito e empréstimos, priorizá-las é essencial. O pagamento dessas obrigações proporciona uma sensação de alívio e ajuda na saúde financeira do ano seguinte", afirma o professor.
As despesas que surgem logo no começo do ano, como IPTU, IPVA, matrícula escolar e material, também devem ter um destaque numa parte do valor extra. "Se antecipar com esses custos garante mais tranquilidade e evita o acúmulo de dívidas em janeiro", explica Rocha. "Esse planejamento proporciona um início de ano com menos pressões financeiras."
Thaísa Durso, educadora financeira da Rico, destaca a importância de investir, mesmo que o trabalhador gaste uma parte e sobre apenas um pequeno valor. "Investir qualquer quantia já é um passo importante para o futuro. Vale lembrar que muitos investimentos permitem começar com valores baixos e, ao longo do tempo, os juros compostos fazem esse valor crescer. Ou seja, investir o que sobrou do 13º – seja muito ou pouco – é muito mais vantajoso do que esperar acumular uma grande quantia antes de começar", afirma Thaísa.
Segundo ela, nem todo gasto precisa ser um vilão. "Com o 13º salário, é possível fazer compras que tragam valor duradouro, sem comprometer o planejamento financeiro. Esse gasto consciente pode envolver, por exemplo, a renovação de um item essencial, como um celular ou um eletrodoméstico que já está defasado e impacta sua produtividade. Compras assim têm impacto direto na qualidade de vida, facilitando o dia a dia e, em muitos casos, gerando economia a longo prazo", acrescenta Thaísa.
Outo ponto que ela destaca é que, se o futuro financeiro é prioridade, investir o 13º é o caminho mais estratégico. "O que muitos esquecem é que investir não é apenas guardar o dinheiro, mas sim fazer com que ele trabalhe para você. E, sim, você pode iniciar mesmo com um valor pontual, como o 13º, gerando uma renda que, aos poucos, cresce e se torna uma base sólida para outras metas financeiras", diz a educadora.
Para organizar as finanças em 2025
Defina o que deseja realizar no próximo ano, seja quitar dívidas, poupar para uma viagem ou investir em um curso
Anote receitas e despesas, categorizando onde é possível economizar
Identifique gastos desnecessários e busque maneiras de reduzi-los
Considere leituras ou cursos sobre finanças pessoais. Esse conhecimento é fundamental para uma gestão financeira consciente
Fonte: Adans Alberto Rocha, professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera
Para usar o 13º de forma estratégica
Antes de gastar ou investir, elabore uma lista que inclua tanto as despesas fixas que você já possui quanto os investimentos que deseja realizar. Comece priorizando aqueles que impactam positivamente sua qualidade de vida e segurança financeira. Essa abordagem não apenas evita compras impulsivas, mas também ajuda a concentrar suas escolhas nas opções que realmente fazem a diferença, garantindo que o 13º salário seja utilizado de forma eficiente e consciente.
Usar o 13º para reduzir dívidas é uma estratégia poderosa, especialmente se começar pelas de maiores juros, como cartões de crédito e cheque especial. Outra possibilidade estratégica para o 13º é utilizar uma parte para quitar ou antecipar parcelas de financiamentos, reduzindo, assim, o montante de juros que você pagará ao longo do tempo. Essa decisão não só alivia o peso financeiro mensal como também abre espaço no orçamento para investir de maneira mais consistente no próximo ano.
Se você ainda não tem um fundo para emergências, agora é o momento ideal para criar essa segurança. Destine parte do 13º para iniciar ou fortalecer essa reserva, que será essencial para cobrir imprevistos sem precisar recorrer a dívidas. Esse fundo é uma base sólida para uma vida financeira mais tranquila, permitindo que você siga com seus investimentos e planos sem ser pego de surpresa por gastos inesperados.
Em vez de gastar o 13º de uma vez, separe uma parte para um "fundo de prazeres" anual. Assim, você consegue aproveitar pequenos luxos ao longo do ano – seja um jantar especial, uma ida ao cinema ou um passeio que estava esperando – sem comprometer o seu planejamento. Esse "fundo de indulgência" permite que você aproveite esses momentos com tranquilidade, pois já se planejou para eles.
Aproveite essa renda adicional para investir em cursos que possam abrir novas oportunidades de renda. Invista em habilidades que podem gerar uma renda complementar, como fotografia, culinária ou design gráfico. Essa é uma forma de, além de aprender algo novo, construir uma segunda fonte de renda que pode ser útil a longo prazo, sem comprometer demais o seu tempo. Em paralelo, busque sempre aprimorar suas competências para agregar valor ao seu perfil profissional.
Investir o 13º em CDBs ou outros títulos de renda fixa com vencimento em datas específicas é uma ótima maneira de transformar esse dinheiro extra em um "presente" futuro, como financiar suas próximas férias ou comprar algo especial sem se endividar. Ao escolher um CDB, por exemplo, com um prazo de dois anos, você permite que o dinheiro cresça com o tempo, beneficiando-se dos juros compostos para maximizar o valor investido. Uma das vantagens da renda fixa é a previsibilidade dos retornos. Com investimentos como CDBs, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) ou LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), você sabe com maior clareza quanto seu dinheiro vai render até o vencimento, já que muitos desses títulos oferecem uma taxa de rentabilidade fixa ou atrelada ao CDI (índice de referência no mercado de juros). Isso permite que você planeje o uso desse valor para financiar uma viagem, cursos, ou mesmo uma renovação em casa, tudo sem comprometer o orçamento mensal.
Reservar uma quantia desse dinheiro extra para cobrir as despesas de início de ano pode ser um alívio significativo. Contas como material escolar, matrícula, IPTU e IPVA sempre chegam de surpresa para desorganizar o orçamento – e já estar preparado para essas obrigações é um passo importante para começar 2025 com muito mais saúde financeira.
Fonte: R7