Com o objetivo de sensibilizar e qualificar profissionais de saúde sobre o diagnóstico em tempo oportuno da leptospirose, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza, nesta quarta-feira (27), a Capacitação sobre Condutas de Assistência, Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica à Leptospirose. A ação irá ocorrer às 9 horas, por meio de webconferência no aplicativo Zoom, e será destinada aos técnicos dos 102 municípios alagoanos.
A capacitação é destinada para os coordenadores da Atenção Básica, da Vigilância Epidemiológica e dos serviços de saúde, além dos profissionais que trabalham na assistência, principalmente os que atuam diretamente com o público nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Básicas de Saúde (UBS). Para participar do treinamento, os profissionais interessados devem acessar o link (https://conasems-br.zoom.us/j/81986465974?pwd=Y3VVSlV4QnNHV29WcEtKelgwWkdSZz09) na data e hora anunciadas pela Sesau.
De acordo com o assessor técnico em vetores, zoonoses e fatores ambientais da Sesau, Carlos Eduardo Silva, a ação visa estimular os profissionais de saúde para um olhar mais atento aos sintomas da leptospirose, evitando que ocorra um agravamento do estado clínico dos pacientes.
"A webconferência tem objetivo de sensibilizar o profissional da assistência para o primeiro atendimento, quando o indivíduo chega à unidade de saúde relatando sintomas. Neste momento ele deve ser avaliado criteriosamente, levando em consideração o possível contato com a água de enchente, o que vai levá-lo a ter assistência dirigida para leptospirose", explicou.
Durante a webconferência, irão participar como palestrantes a médica infectologista Luciana Pacheco, que tratará sobre o manejo e assistência clínica. Já o assessor técnico em vetores, zoonoses e fatores ambientais da Sesau, Carlos Eduardo Silva, irá traçar um panorama da leptospirose em Alagoas.
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, causada pela bactéria Leptospira, que usa alguns animais, principalmente roedores, como hospedeiros. Ela é transmitida aos seres humanos pelo contato direto ou indireto com a urina desses animais. A bactéria invade o organismo por meio de feridas na pele, nas mucosas ou membros que entram em contato com a água contaminada.
A doença pode ocasionar sintomas leves como febre de início súbito, dor de cabeça, mal estar, anorexia, náusea, vômitos e dores musculares, principalmente dor em panturrilha. Na fase grave, o paciente pode apresentar sintomas como febre alta, calafrios e dor de cabeça intensa. O início dos sintomas pode ocorrer de 1 a 30 dias após contato com a bactéria, mas, em média, é de 7 a 14 dias, após a exposição a situações de risco.
De janeiro até esta segunda-feira (25), conforme dados epidemiológicos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram resgistrados, em Alagoas, 18 casos confirmados da doença. Deste total, sete evoluíram para óbito, sendo cinco de Maceió, um de Pilar e um de Mata Grande, segundo apontou o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), vinculado ao Ministério da Saúde (MS).
Cuidados
Para evitar a contaminação é preciso adotar alguns cuidados básicos:
· Evite o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos. Impeça que crianças nadem ou brinquem nesses locais, que podem estar contaminados pela urina dos ratos;
· Após a água baixar, para retirar a lama e desinfetar o local, proteja-se com botas e luvas de borracha. Sacos plásticos duplos também podem ser amarrados nas mãos e nos pés;
· Para desinfetar a área atingida pela lama ou água da enchente, lave pisos, paredes e bancadas com água sanitária, na proporção de duas xícaras de chá (400ml) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos;
· Tenha cuidado com os alimentos que tiveram contato com água de enchente. Alguns devem ser jogados fora, outros precisam de tratamento especial nestas situações;
· Mantenha os terrenos baldios e as margens de córregos limpos e capinados. Evite entulhos e acúmulo de objetos nos quintais e nas telhas.