Adolescente foi ouvida em audiência virtual na terça (25), em São Paulo, após ser vítima de racismo na escola O juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude recuou do entendimento anterior e decidiu ouvir Alicia, filha de 15 anos da atriz Samara Felippo, vítima de um caso de racismo em um colégio de São Paulo, em audiência virtual que aconteceu na terça-feira (25). A informação foi confirmada para a Quem nesta quinta (27) pelo advogado Hedio Silva Jr., da equipe jurídica da artista. A próxima audiência sobre o caso deve acontecer no final de julho.
No início deste mês, o magistrado havia determinado que a adolescente só poderia participar da audiência na condição de ouvinte, sem o direito de 'testemunhar', o que foi contestado pela defesa de Samara Felippo.
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Na ocasião, a equipe jurídica da atriz enviou uma nota a Quem argumentando que o desempenho do juiz poderia caracterizar abuso de autoridade e crime de prevaricação, quando há prática indevida do ato de ofício. Os profissionais ingressaram, então, com medidas para pedir o afastamento do juiz do processo e recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal de Justiça para que a família tivesse acesso ao processo, a filha da atriz fosse ouvida e a confissão das agressoras fosse considerada pelo novo juiz que viesse assumir o caso.
Relembre o caso
Em abril, Samara Felippo contou nas redes que a filha havia sido vítima de ofensa racista na escola e cobrou atitudes para garantir que a jovem pudesse continuar frequentando o local em segurança. "A gente chegou em casa e eu vi a Alicia debruçada na mesa, tendo que refazer cada linha. Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. É impossível uma mãe não sentir raiva nesse momento. Eu não quero ver minha filha chorando. Nenhuma mãe quer", relatou Samara em entrevista ao Fantástico. "Arrancaram todas as páginas de um trabalho que ela fez com muito capricho e dentro do caderno tinha uma frase de cunho racista gravíssima", contou a atriz.
O episódio aconteceu na Escola Vera Cruz, em São Paulo, que desde 2019 tem um projeto de Educação Antirracista. "Não estou aqui para apedrejar a escola. Imagina, recebeu o acolhimento. Achei que a primeira ação que eles fizeram foi importante para acharmos os responsáveis, mas ainda é um projeto antirracista falho", destacou Samara.
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Ao Fantástico, o coordenador da Escola Vera Cruz afirmou que a instituição reconhece o que aconteceu com Alicia como sendo um ato racista. "A Alicia nos trouxe a questão, e fomos imediatamente a todas as salas do nono ano, onde a fala sobre o ocorrido envolvia reconhecer aquilo como uma atitude racista grave. As agressoras ficaram suspensas por tempo indeterminado para que a escola pudesse amadurecer todos os processos de outras sanções eventualmente cabíveis àquela situação".
"Eu gostaria que a minha filha não convivesse mais com as agressoras. Quando essas meninas voltarem ao ambiente escolar, se voltarem, a minha filha vai revisitar essa dor. Você entende? Eu não quero mal, eu não estou odiando ninguém", disse Samara.