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Recesso Parlamentar

Recesso parlamentar começa na segunda e vai até o dia 31 de julho


Após uma semana muito corrida, a Câmara dos Deputados inicia a partir da próxima segunda-feira (18) o perĂ­odo de recesso parlamentar, que vai até o dia 31 de julho. Com a chegada do perĂ­odo eleitoral, a expectativa é que os parlamentares realizem um esforço concentrado para a votação de matérias logo na primeira semana de retorno aos trabalhos, na semana de 1Âș a 5 de agosto.

Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) uma das propostas que pode ser votada pelos deputados é a que trata do rol taxativo da AgĂȘncia Nacional de SaĂșde Suplementar (ANS) sobre as coberturas dos planos de saĂșde. A proposta, contudo, depende da construção de um acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Ou teremos acordo entre Câmara e Senado para tratar deste assunto, ou não vai haver pressão só na Câmara para tratar deste assunto e vender esperança para pessoas que realmente precisam dessa solução, como se jĂĄ tivesse o assunto resolvido", disse nesta quinta-feira (15).

Além do rol taxativo, os deputados também devem votar medidas provisórias perto do prazo final de vencimento e alguns projetos que tiveram a urgĂȘncia aprovada no Ășltimo dia de trabalho antes do recesso. Entre eles estão o projeto de lei (PL) que estabelece perda automĂĄtica de cargo, emprego, função pĂșblica ou mandato eletivo para os condenados por violĂȘncia contra a mulher, por crimes de feminicĂ­dio, estupro ou lesão corporal; o PL 462 de 2020, que permite o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de mais de um imóvel; e o PL 252 de 2003, que estabelece novas regras para os concursos pĂșblicos.

No retorno dos trabalhos, os parlamentares também devem discutir os vetos de dois projetos de lei: o que trata da exploração de ferrovias e o que prevĂȘ a criminalização de notĂ­cias falsas, as fake news.

Recesso

A Constituição determina que o recesso das atividades do Congresso Nacional deve ocorrer nos perĂ­odos de 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 1Âș de fevereiro. Para haver o recesso de julho é necessĂĄrio que o Congresso aprove o projeto de Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias (LDO), que determina as metas e prioridades para os gastos pĂșblicos e oferece os parâmetros para elaboração do projeto de lei orçamentĂĄria do ano que vem.

Durante o recesso, uma comissão de deputados e senadores cuida das competĂȘncias das mesas das Casas em caso de urgĂȘncia, na ausĂȘncia ou impedimento dos seus membros. Além disso, eles representam o Congresso em eventos de interesse nacional e internacional.

O texto da LDO 2023 foi aprovado pelo Congresso Nacional ainda nesta semana, no dia 12. O texto foi aprovado sem o ponto mais polĂȘmico: a obrigatoriedade da execução das chamadas emendas de relator (RP9), que podem chegar a R$ 19 bilhões no ano que vem.

O projeto apresentado pelo governo prevĂȘ que no próximo ano as contas pĂșblicas do Governo Central (Tesouro Nacional, PrevidĂȘncia Social e Banco Central) deverão fechar 2022 com déficit primĂĄrio de até R$ 65,91 bilhões e estabelece salĂĄrio mĂ­nimo de R$ 1.294 para o ano que vem.

Durante a Ășltima semana de trabalho, o Congresso derrubou vetos sobre a compensação a ser paga pelo governo federal aos estados pela perda de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em itens considerados essenciais.

Além disso, os deputados aprovaram ainda trĂȘs propostas de emenda à constituição (PEC"s): a PEC 15 de 2022 que prevĂȘ a criação de um estado de emergĂȘncia para ampliar o pagamento de benefĂ­cios sociais até o fim do ano. A medida gera R$ 41,2 bilhões em despesas excepcionais, ou seja, fora do teto de gastos, divididos entre benefĂ­cios sociais e incentivos fiscais.

A proposta foi aprovada após um apagão no sistema de informĂĄtica da Câmara. No retorno, deputados criticaram uma decisão de Lira de retomar a votação, mas dessa vez em carĂĄter remoto.

As outras PECs aprovadas pouco antes do recesso são a que estabelece um piso nacional para os salĂĄrios de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras e a 122 de 2015 que proĂ­be o aumento de despesas sem a previsão de receitas..

As PEC dos BenefĂ­cios Sociais e a do Piso de Enfermagem foram promulgadas em sessão do Congresso Nacional, na noite de quinta-feira.

Além delas também foi promulgada a PEC do limite de recursos judiciais que podem ser enviados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A emenda cria uma espécie de filtro de admissibilidade para esse tipo de recurso. Assim, o recorrente deve mostrar a relevância das questões de direito federal infraconstitucional (que não estejam previstas na Constituição) discutidas na ação.

JĂĄ a PEC que proĂ­be o aumento de despesas sem a previsão de receitas deve ser promulgada após o recesso parlamentar.

AgĂȘncia Brasil

Política Recesso Parlamentar Congresso Nacional

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