Direto de Canoas, ele conversou com a Quem sobre os momentos mais desafiadores desta ajuda presencial às pessoas e animais atingidos pelas enchentes Alexandre Frota viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (9) com foto e vídeo em que ele aparecia em uma moto aquática ajudando nos resgastes de pessoas e animais atingidos pelas enchentes de Canoas, no Rio Grande do Sul. Durante uma pequena pausa, ele conversou com Quem sobre a decisão da ajuda presencial, os cenários que tem encontrado e os principais desafios.
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Qual a sua relação com o estado do Rio Grande do Sul e o que te motivou a ir ajudar pessoalmente?
Faço esse trabalho voluntário, atuando em áreas de risco, há seis anos. Estive em Petrópolis, Caieiras, Franco da Rocha, Salvador, Itabuna, Recife, Belo Horizonte e, agora, em Canoas. Fazemos esse trabalho com muita atenção e segurança. Minha relação não é com o Rio Grande do Sul e sim com o povo e com o próximo. Faço isso por qualquer ser humano que esteja em apuros. É nessas horas que fazemos a diferença.
Como foi o acesso a Canoas?
Estou baseado em Canoas, área vermelha e ponto mais crítico. O acesso foi difícil, mas eu tinha trânsito livre, pois já havia planejado com o prefeito Jairo Jorge e o Secretário da Defesa Civil, José Fortunati. Viajei 24 horas, trazendo quatro carretas, duas para Canoas e duas para Porto Alegre em parceria com o Marcelo Bella, um empresário que não mede esforços para ajudar. Trouxemos também seis mil cobertores, 10 mil litros de água, roupas, fraldas, cestas básicas, esperança e amor.
Alexandre Frota
Reprodução/ Instagram
Como você está alojado e como tem feito para se alimentar durante essa escassez de produtos?
Durmo no carro e quando consigo um quarto no hotel divido com outros voluntários. Não tem quarto para todos. Temos alimentos, água, barras de proteína e whey pronto e marmita entregue por moradores.
As cenas pela TV estão impactantes, mas como é ver tudo isso pessoalmente?
É sempre muito triste e sufocante, mas não podemos chorar na frente das vítimas. Temos que ser fortes e fazer o que tem que ser feito e com disposição. Depois choro sozinho.
Quantas horas por dia tem se dedicado aos resgates?
São 20 horas em turnos a cada quatro horas. Hoje tirei mais de 10 pets e resgatei uma mulher com um homem que estavam em choque, não sabia nem o nome dele... Precisamos manter a calma e acolher essa vítima. Tirá-lo de lá e entregá-lo à Defesa Civil e aos bombeiros.
Alexandre Frota
Reprodução/ Instagram
Qual foi o resgate mais complicado que você fez até o momento?
O mais complicado foi de uma senhora em choque que precisamos ensinar a mergulhar e prender a respiração por cinco segundos. Foi difícil, mas ela conseguiu. Ela estava presa no sótão da casa.
Alguns artistas e famosos, como o Davi do BBB, estão indo sul para ajudar pessoalmente. O que você recomenda para colegas que quererem ajudar presencialmente como você?
Qualquer um que quiser ajudar é bem-vindo, mas é para ajudar de verdade, entrar na área vermelha pronto para tudo até para morrer se for preciso. E isso não é para qualquer um.