A abertura de uma sepultura em um cemitério particular de Maceió e a retirada dos restos mortais de duas crianças de 1 e 3 anos para uma perícia criminal minuciosa poderá ser decisiva para esclarecer um dos casos mais intrigantes de Alagoas: o suposto assassinato de duas crianças pela própria mãe.
Eduardo Yukishigue Nisiyama, médico legista responsável pela exumação, confirmou na manhã de hoje (08) que a equipe do Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML de Maceió) conseguiu coletar materiais orgânicos e inorgânicos nos corpos das duas crianças, falecidas em 2016 e 2021. As amostras serão encaminhadas para o Laboratório de Toxicologia Forense do Instituto de Criminalística de Maceió para exames.
"Essas amostras serão utilizadas para pesquisa de venenos e materiais tóxicos com a finalidade de buscar indícios que possam colaborar com o inquérito policial", explicou o perito, que também é chefe do setor de perícias em mortos do IML de Maceió.
Thalmanny Goulart, perito criminal chefe do Laboratório Forense, explicou que em casos como esse, é utilizada a técnica de análise de tecidos, através da espectrometria de massas. Mas o sucesso desse tipo de exame depende de vários fatores do eventual material coletado, como estado de decomposição (tempo e degradação), não só do tecido, mas também das substâncias que eventualmente possam estar contidas nele.
"Mais um motivo que reforça a importância da imediata coleta após o fato em que se quer esclarecer eventual morte sem causa definida. Então, a toxicologia tem que ser rápida para ser efetiva. Quando ela demora, a efetividade desse exame cai substancialmente e as chances para identificação pelo decorrer do tempo nesse caso diminuem", explicou o perito.
A exumação foi uma solicitação do delegado Arthur César, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que acompanhou o trabalho da Polícia Científica. Além da morte dos filhos, a mulher, que continua presa, é investigada também por tentar matar a própria mãe envenenada, em 2023. A vítima sobreviveu, mas encontra-se em estado vegetativo.
Fonte: Secom Alagoas