Amanhã, 1 de abril, será o dia da verdade. A partir das 8h da manhã, Arnóbio Henrique Cavalcanti Melo sentará no banco dos réus por ter assassinado a ex-companheira Joana Mendes, na tarde do dia 5 de abril de 2016, no Conjunto Santo Eduardo, bairro da Jatiúca. E para demonstrar solidariedade à família da vítimas, dezenas de mulheres alagoanas se uniram para pedir justiça.
Joana Mendes veio a óbito após ter sido golpeada com 32 facadas, sendo 30 delas no rosto, o que a deixou desfigurada. O laudo pericial apontou morte por choque hipovolêmico, que é quando alguém morre após perder uma grande quantidade de sangue.
E neste 31 de março, um dia antes do júri popular, um grupo de mulheres que ocupam importantes espaços de poder, cada uma dentro do seu segmento, juntou-se para pedir #JustiçaporJoanaMendes.
"Foi um crime bárbaro, que causou revolta na população alagoana, especialmente em nós mulheres. Estamos confiantes na condenação do réu", afirmou a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, tenente-coronel da Polícia Militar, Danielli Assunção.
A delegada da Delegacia da Mulher, Ana Luiza Nogueira, também falou sobre o significado desse movimento: "Este recado também é para você, mulher, colocar um ponto final na relação abusiva que vive, que pode terminar com um feminicídio, como ocorreu com a Joana. Afinal, nós merecemos respeito, nós precisamos ser felizes", disse ela.
Para a secretária Estadual de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Paula Dantas, o vídeo significa um ato de solidariedade à família de Joana Mendes: "Solidariedade à família, aos amigos e todas as mulheres que são vítimas de femicídio aqui em Alagoas e no Brasil inteiro. Que se faça justiça à memória da Joana, e que todas as mulheres possam viver com dignidade", declarou ela.
O caso
Joana Mendes foi morta com 32 facadas, a maioria delas no rosto, após deixar o filho mais novo na escola e ter ido ao encontro de Arnóbio Henrique Cavalcanti Melo, que conseguiu convencer a ex-companheira a conversar pessoalmente com ele, fingindo que estava disposto a assinar o divórcio e regulamentar a pensão do filho do casal.
O Ministério Público do Estado de Alagoas, por meio do promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, vai sustentar a acusação por homicídio triplamente qualificado, praticado por meio cruel, de forma que impossibilitou a defesa da vítima e por feminicídio.
O júri terá início às 8h da manhã, no salão do Tribunal do Júri da 7a Vara, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes.
Fonte: Ascom MP/AL