Em um desdobramento surpreedente, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) suspendeu no dia de ontem (23) a autorização ambiental para a obra da Praça Moreno Brandão e Açude do Goití, citando uma série de irregularidades graves que incluem violação, omissão, falsa descrição e subdimensionamento, além da superveniência de riscos ambientais sérios à região de Palmeira dos Índios.
A suspensão do IMA inclui a revitalização da Praça Moreno Brandão e seu entorno ( praça do açude), reforma e ampliação da praça e construção de uma ciclovia.
A obra, que já consumiu R$ 9,5 milhões em sua primeira etapa com recursos que teriam sido destinados pelo deputado Marx Beltrão e mais R$ 5,5 milhões na segunda também do mesmo deputado, ficou paralisada por dois anos e os recursos evaporaram. Apesar disso, recentemente retomou sua construção, desta vez afastando-se do projeto original e utilizando recursos próprios não declarados.
Este projeto, marcado por irregularidades desde o início, agora se encontra sob intensa investigação. As acusações de que a obra foi reiniciada sem a devida transparência financeira e sem respeitar as normas ambientais impõem um grave questionamento sobre a administração dos fundos públicos e a responsabilidade ambiental na gestão de projetos urbanos.
O não atendimento a uma intimação do IMA, somado à retomada das obras de maneira não regulamentada, levanta suspeitas de negligência e possível má gestão por parte dos responsáveis pelo projeto. A suspensão pela autoridade ambiental destaca o risco iminente que tais ações podem representar para o meio ambiente e para a segurança da população local.
A Praça Moreno Brandão e o Açude do Goití, projetados originalmente para embelezar e melhorar a infraestrutura de Palmeira dos Índios, transformaram-se em um símbolo de descaso e potencial perigo. O desrespeito às normas ambientais e a falta de clareza na utilização dos recursos financeiros são pontos críticos que desafiam a confiança pública nas instituições e nos processos de desenvolvimento urbano.
A comunidade de Palmeira dos Índios e os observadores da gestão pública aguardam respostas. Exige-se uma investigação completa e transparente para esclarecer como um projeto de tal magnitude pôde operar com tantas falhas e o que será feito para corrigir os danos causados e prevenir futuras transgressões.
Este caso não é apenas uma questão local; ele reflete uma preocupação maior com a integridade e sustentabilidade das políticas de desenvolvimento urbano. A situação na Praça Moreno Brandão e no Açude do Goití serve como um alerta para outras cidades e projetos, sublinhando a importância da supervisão rigorosa, transparência e responsabilidade ambiental.
Fonte: Tribuna do Sertão