O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tiveram um encontro bilateral na noite desta quinta-feira (9), em Los Angeles, durante a 9Âș CĂșpula das Américas, que reĂșne lĂderes da maioria dos paĂses do Hemisfério Ocidental. Esta é a primeira reunião de ambos desde que Biden chegou ao poder, em janeiro de 2021. A declaração à imprensa, acompanhada por auxiliares das partes, começou por volta das 20 horas no horĂĄrio de BrasĂlia (16h no horĂĄrio local) e durou cerca de 10 minutos.
???????????????? O presidente Jair Bolsonaro se encontrou nesta quinta-feira (9) com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. A reunião ocorreu durante a IX #CĂșpulaDasAméricas, em Los Angeles. Acompanhado de Biden, Bolsonaro falou sobre o encontro. Veja: pic.twitter.com/dtC4YmOnk3
— AgĂȘncia Brasil (@agenciabrasil) June 10, 2022
Em sua fala, Bolsonaro disse que o Brasil serĂĄ um dos maiores exportadores de energia limpa do planeta, exaltou o agronegócio e reafirmou que o paĂs é exemplo em preservação do meio ambiente, apesar das "dificuldades".
"A questão ambiental, temos as nossas dificuldades, mas fazemos o possĂvel para atender aos nossos interesses e também, porque não dizer, a vontade do mundo. Somos exemplo para o mundo na questão ambiental. Além da segurança alimentar, energia limpa, bem como na questão ambiental, o Brasil é um gigante, e se apresenta para o mundo como a solução para muitos problemas", afirmou.
Bolsonaro disse ter interesse em cada vez mais se aproximar dos Estados Unidos, citou valores comuns entre as duas nações e comentou sobre as eleições brasileiras de outubro. "Este ano, temos eleições no Brasil, e nós queremos, sim, eleições livres, confiĂĄveis e auditĂĄveis. E tenho certeza que quando eu deixar o governo, também serĂĄ de forma democrĂĄtica", ressaltou.
Sobre a guerra da RĂșssia na Ucrânia, Bolsonaro disse querer a paz e fazer o possĂvel para que ela seja alcançada, mas sem tomar medidas que poderiam trazer consequĂȘncias econômicas para o Brasil. Estados Unidos e Europa tĂȘm liderado boicotes comerciais contra os russo para pressionar pelo fim da guerra.
"Lamentamos os conflitos, mas eu tenho um paĂs para administrar. E, pela sua dependĂȘncia, temos sempre que sermos cautelosos, porque as consequĂȘncias da pandemia, com a equivocada polĂtica do fique em casa, a economia a gente vĂȘ depois, agravada por uma guerra a 10 mil km de distância do Brasil, as consequĂȘncias econômicas são danosas para todos nós", argumentou. "Estamos à disposição para colaborar na construção de uma saĂda deste episódio, que não queremos, entre Ucrânia e RĂșssia", acrescentou.
JĂĄ Biden, que falou antes de Bolsonaro, fez uma declaração mais curta, deu boas-vindas ao lĂder brasileiro e falou que os demais paĂses deveriam ajudar a financiar a preservação da Amazônia.
"Nós temos que ajudar a recuperação econômica e também a preocupação climĂĄtica. VocĂȘs tentam proteger a Amazônia, acho que o resto do mundo deveria ajudar a financiar essa preservação. Isso é uma responsabilidade muito grande. Nós temos que conectar nossos povos e estou ansioso para saber o que vocĂȘ pensa sobre isso. Gostaria de ouvir sua opinião e também levantar algumas questões de interesse mĂștuo", disse Biden.
Ele também falou de valores compartilhados entre os dois paĂses e elogiou o Brasil, chamando de "paĂs maravilhoso", com um "povo magnĂfico" e "instituições fortes".
Do lado brasileiro, o encontro foi acompanhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que estĂĄ com Bolsonaro nos EUA, além de ministros.
Bolsonaro participa nesta sexta-feira (10) de sessão deliberativa da CĂșpula das Américas. Ainda na sexta, após o término do encontro de chefes de Estado, o presidente brasileiro e sua comitiva viajam para Orlando, também nos Estados Unidos, onde cumprirĂĄ agenda de inauguração de uma sede consular brasileira e outras atividades.
Fonte: AgĂȘncia Brasil